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sexta-feira 29 novembro 2024
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Fé e Razão – Entre necessidades e desejos: paradoxos

Muitas pessoas se sentem frustradas e insuficientes. O ser humano é um ser desejante. Muitas vezes nada do que as pessoas alcançam é suficiente para suprir o desejo.
Busca sempre muitas vezes do que não pode ter. O ser humano tem conflitos, vai se construindo, vais adquirindo certas características.

O ser humano se angústia pois não tem uma vida pronta, pré-fabricada porém o ser humano é criativo. Isso faz com que a civilização se transforme. Entre aquilo que alguém quer e aquilo que recebe, entre expressão de uma necessidade e sua resolução, nesse binômio sempre existe algo que escapa: o desejo.

Desejo é sempre de algo que falta portanto nunca será satisfeita sempre haverá uma falta. Só será satisfeita na morte ou em alguma identificação animalesca.

Para muitas pessoas essa falta gera angústia. O que fazer com essa falta? Surge um cardápio de soluções. O desejo é esse quanto que falta a necessidade para satisfazer sua necessidade.

Nem toda angústia é ruim pois ela pode abrir-nos a criatividade. O mundo nem sempre tem respostas aos desejos. É preciso criatividade para encontrar respostas.

O mundo atual de muitas liberdades gera também ansiedades e angústias. As pessoas estão desorientados, muitas vezes sem um norte fixo. Isso traz impactos na subjetividade.

Uma sociedade sem limites que porém assiste o crescimento da depressão. Busca-se o bem-estar e entram o mal-estar. O sem limites cai num paradoxo pois não trouxe a felicidade desejada. Nós podemos mais do que queremos.
Vamos chamados a permanente exercício da escolha. Temos a FOMO (Fear of missing out): o medo de estar por fora das novidades. A busca constante de novidades que não esgotam os desejos. Jamais a tecnologia pode captar a essência do ser humano ou esgotá-lo. O ser humano não pode ou deve ser robotizado.

Desejos e necessidades continua o paradoxo! O desejo sempre escapa!

Prof. José Pereira da Silva