Muitas pessoas sofrem por ter que conviver com uma imagem que lhe é atribuída. O que muitas vezes é reforçada pelas pessoas que no cotidiano a cercam. A criança é estimulada desde cedo a ser competitiva e realizar múltiplas tarefas. Vai construindo uma imagem para seu consumo interno e externo. Deve possuir uma autoimagem de sucesso. A vida de cada pessoa tem variáveis. Essa autoimagem é influenciada por uma sociedade que propagandeia o status, o poder, a riqueza, o hedonismo, o sucesso a qualquer custo, a fama. O que muitas vezes leva a construção de uma autoimagem artificial, superficial e ilusória. Onde se assiste uma inversão de valores.
A autoimagem é sempre uma construção que fazemos de nós mesmos, resultado da história de vida pessoal e das constantes interferências daqueles que nos rodeiam. A imagem pode ser real porém com limites.
A autoimagem geralmente padece de falta de autocrítica e geralmente nutre-se da opinião alheia. Quando alguém arranha essa autoimagem vêm o sofrimento. Em nome da autoimagem muitas vezes assiste-se o sacrifício da própria felicidade. A autoimagem geralmente pode ser vaidosa. Não a felicidade artificial e sim a felicidade genuína.
A autoimagem pode ser de sucesso e também de fracasso. A autoimagem do fracasso vai lentamente destruindo a pessoa que vai se fragilizando. O que pode levar eventualmente ao suicídio que algumas vezes é tentativa de matar a autoimagem negativa e não a si próprio.
Porém a realidade que que ambos os “sucedidos” e ou “fracassados” misturam de forma confusa uma imagem imaginária(virtual) com uma imagem real. No caos dessa confusão acabam por matar as si próprios e não a autoimagem construída.
Diante da autoimagem é importe desenvolver uma sadia autoestima. É preciso esclarecer que não se pode confundir autoestima com egocentrismo e egoísmo. Aqui nos referimos a autoestima equilibrada e saudável.
Ter autoestima significa entrar no processo de conhecer a si mesmo, se gostar apesar das limitações e dificuldades. É aceitar-se com se é porém não de forma passiva, mas de forma bem ativa tendo consciência de que podemos mudar constantemente e melhorar sempre mais.
É reconhecer as limitações e defeitos porém jamais se entregando a eles. É buscar melhorar e crescer sempre. É ter consciência das limitações e respeitar o próprio ritmo de crescimento. É amar a si mesmo sem se fechar a si mesmo. Que é preciso respeitar os outros nas suas diferenças. A verdadeira autoestima nos abre aos outros para que possamos ajudá-los a crescer com a permissão da pessoa.
Ter autoestima de qualidade significa não entrar no consumismo de pura exibição, ou seja, apenas para gerar inveja nos outros: usar roupa de marca, joias caras etc. Aprimorar a autoestima exige que vejamos o trabalho como uma parte da vida e não a sua totalidade e que devemos valorizar a família.
Crescer na autoestima implica não termos a pretensão de ser donos de todos e de tudo. Ter autoestima verdadeira significa respeitar a individualidade de cada pessoa independente do seu status, riqueza e poder. A autoestima é um convite para mudarmos a nós mesmos pois mudar outras pessoas depende delas mesmas. Ter autoestima é agradecer sempre a Deus o dom da vida, de sermos pessoas!
Prof. José Pereira da Silva