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sexta-feira 10 janeiro 2025
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Fé e Razão – Dia Mundial dos Avós e dos Idosos: comunicar o patrimônio de humanidade

Os avós foram e são imprescindíveis para cada pessoa, não só porque estão na origem, como a acompanharam e apoiaram, sobretudo nos momentos de maior fragilidade.
Todos nos sentamos nos joelhos dos avós, que nos tiveram ao colo. E foi também graças a este amor que nos tornamos adultos.

Que atitude tem filhos e netos diante dos pais e avós? Quando foi a última vez que visitaram os pais e avós para se cercar de sua proximidade?
Os avós, que alimentaram a vida dos filhos e netos, hoje precisam da atenção, do amor, da ternura deles. Ter para com os avós a mesma generosidade que tiveram ao longo da vida para com os filhos e netos.

É preciso sempre insistir na dignidade e no valor das pessoas idosas. É fundamental uma aliança entre jovens e idosos, entre sonhos e memória. Importante o diálogo das gerações dentro da família e na sociedade. Os idosos comunicam o patrimônio da humanidade. Cada um de nós tem o dever de dar continuidade a um projeto de edificação da humanidade. Cada pessoa é ser para os outros, como rumo e orientação fundamental para vida.

O lugar dos idosos é em casa, não nas instituições, é preciso medidas que torne possível aos idosos serem acompanhados e assistidos em contextos familiares, na sua casa e em todo o caso em ambientes familiares que se assemelhem mais à casa que ao hospital casas de repouso entre outros.

A institucionalização dos idosos, sobretudo dos mais vulneráveis e sós em muitos contextos sociais revela uma ausência de atenção e sensibilidade para com os mais fracos, é preciso de meios para garantir os melhores cuidados possíveis a quem deles precisa, num ambiente mais familiar.

Quem não gostaria enquanto idoso de continuar a viver em casa própria, rodeado de afetos e pelas pessoas mais familiares e queridas, mesmo quando se torna mais frágil? A família, a casa, o seu ambiente representam a opção mais natural.

As pessoas não podem ser seduzidas por uma cultura do descarte e que evita a busca de soluções criativas e humanizantes quando muitas vezes a velhice pode significar ausência de autonomia. Pois colocar no centro da atenção a pessoa idosa com suas fragilidades e potencialidades, com suas necessidades e direitos, é expressão de progresso e de autêntica civilização.

Deve se ter atenção a habitação onde vivem os idosos para que sejam adequadas às exigências da pessoa idosa. A presença de barreiras arquitetônicas , a penúria de espaço devem ter soluções concretas, porquanto a doença e a fragilidade podem fazer com que qualquer coisa de transforme num obstáculo intransponível.

É fundamental novas e sábias políticas públicas e propostas originais de um sistema assistencial mais adequado aos idosos. Mais eficazes , além de mais humanas.
Exige-o uma ética do bem comum e o princípio do respeito da dignidade de cada pessoa, sem distinção alguma, nem sequer de idade.

Os idosos recordam a radical fragilidade de cada ser humano, mesmo quando está com saúde, bem como a necessidade de ser amado e apoiado, e lembram a todos que na velhice , afastada toda a autossuficiência, a pessoa torna-se necessitada de ajuda, o que, pela felicidade da existência por viver, não deve ser considerado como uma “condenação”, mas como uma oportunidade para relançar a relação com Deus.

Prof. José Pereira da Silva