A mulher é criatura de Deus, e todos os seres humanos foram criados iguais, sem diferença em qualidade, estatuto e dignidade.
Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, somos encorajados a evocar e a celebrar a existência, a dignidade, os direitos e os contributos das mulheres, lembrando que não há que presumir que as mulheres estarão sempre lá, seja em que situação for: é que, durante décadas e muitos séculos, foram uma parte da humanidade oprimida e privada da sua dignidade.
Cada uma e todas as pessoas são iguais e a sua liberdade e dignidade tem de ser reconhecida. Qualquer relação que discrimine ou desrespeite a convicção fundamental de que o outro é como eu constitui um crime, e frequentemente um crime horrendo. Sem olhar a quaisquer aparências, cada pessoa é imensamente sagrada e merecedora do nosso amor.
A cultura da indiferença , convida-nos também a mudar de atitudes e a comprometermo-nos numa ação conjunta pela justiça para todos, em particular para as mulheres.
Duplamente pobres são aquelas mulheres que sofrem situações de exclusão, maus-tratos e violência, sobretudo por serem muitas vezes incapazes de defender os seus direitos.
O calor feminino dá energia: confiemos no seu olhar. A construção feminina da paz é fonte de vida: apoiemos o seu esforço. As mulheres sabem como rezar: Deus escuta-as sem demora. A sua caridade é singular: dirige-se ao coração.
Somos herdeiros de uma história com imensos condicionalismos que, em todos os tempos e latitudes, tornaram difícil o caminho da mulher, ignorada na sua dignidade, deturpada nas suas prerrogativas, não raro marginalizada e, até mesmo, reduzida à escravidão.
Este legado impediu a mulher de ser profundamente ela mesma, e empobreceu a humanidade inteira de autênticas riquezas espirituais.
O rebaixamento das mulheres é também manifesto no fato de continuarem a ser valorizadas mais pelo aspecto físico que pela competência, pelo profissionalismo, pelas obras da inteligência, pela riqueza da sua sensibilidade e, em última análise, pela própria dignidade do seu ser.
Muitos obstáculos que em tantas partes do mundo, impedem ainda às mulheres a sua plena inserção na vida social, política e econômica.
Existe uma cultura difusa hedonista e mercantilista que promove a exploração sistemática da sexualidade feminina. São muitos os abusos perpetrados contra as mulheres no campo da sexualidade.
Urge conseguir onde quer que seja a igualdade efetiva dos direitos da pessoa e, portanto, idêntica retribuição salarial por categoria de trabalho, tutela da mãe trabalhadora, justa promoção da carreira, igualdade entre cônjuges no direito de família, o reconhecimentos de tudo quanto está ligado aos direitos e aos deveres do cidadão num regime democrático.
É preciso dar relevo aos direitos das mulheres, à sua dignidade. É preciso conhecer o passado de sofrimento e de subjugação das mulheres, bem como a atual hostilidade e violência contra elas.
Quem é a mulher? Uma criação divina.
Como é a sua natureza: saturada da graça.
Como que é que se parece a mulher? Com a bondade e a inteireza.
Que destino é o seu? Continuar a obra divina pela palavra e pela vida.
O espírito da mulher é um dom de Deus.
A sua alma é divina: chega às estrelas.
O corpo feminino é sagrado: merece o nosso respeito.
O seu trabalho é santo: que o possa realizar em paz.
O seu gesto de afeto alimenta: aceitemo-lo com alegria.
O cuidado feminino conforta e acalma.
São diamantes as lágrimas das mulheres: guardai-as com carinho.
O suor das mulheres é para a sobrevivência: entendei e cooperai.
Os abraços das mulheres dão bem-estar: alegrai-vos ao acolhê-los.
A compaixão das mulheres é eficaz> cheia de misericórdia.
O amor das mulheres brilha qual arco-íris: deixai-vos aquecer e partilhar desse brilho.
A maternidade é salvífica: um privilégio para todos.
Os seus direitos dão-lhe dignidade: ajudai-as a mantê-los.
Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.
Prof. José Pereira da Silva