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quarta-feira 27 novembro 2024
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Fé e Razão – Depressão: aspectos existenciais

A depressão destrói. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde é um dos principais motivos de incapacidade para trabalhar. Chamado de o mal típico da modernidade.
Existe a depressão endógena, que pode ser padecida por uma pessoa sem nenhum tipo de conflito, com uma vida normal. A origem geralmente es na constituição da pessoa: os fatores hereditário e bioquímico cerebral são determinantes. A pessoa sofre inibição psicomotriz e do pensamento, tristeza etc. No outro tipo de depressão a exógena temos o abatimento pela perda de um bem, pela ameaça de um mal ou pela incapacidade de assumir a realidade que nos envolve.

O sintoma principal da depressão é a tristeza. Enquanto na alegria é o descanso na posse de um bem, a tristeza é a pena por ver-se privado dele.

A depressão é a enfermidade por antonomásia dos séculos XX e XXI. Uma síndrome da insegurança seja no trabalho ou na família, insegurança econômica e, principalmente, pela perda dos valores que dão sentido à vida.
A insegurança gera angústia, que, por sua vez pode gerar fobias, tristeza, obsessões, depressão etc.
Se na época de Freud a repressão era considerada a causa das neurose atualmente podemos dizer que a causa de muitos transtornos psíquicos estão na repressão dos valores do espírito.

O homem , por natureza, é um ser transcendente. Quando essa dimensão é cortada , não apenas a relação com Deus, mas também com os outros, quando isso acontece o homem se desnaturaliza.
G. k.Chesterton (1874-1936) já dizia: “ o natural, sem o sobrenatural, se desnaturaliza”.
Existe vários modelos antropológicos em que se baseiam as principais concepções psicoterapêuticas. Alguns concepções deixa o ser humano com sua angústia desamparado, sem alicerce.

Como saída saudável temos o humanismo cristão que parte da teoria multissecular do Direito Natural.
Permite-se rumar em direção à essência do ser humano. Existem experiências longamente vividas em mais de dois milênios de cristianismo e, o que é mais valioso, verdades reveladas que completam e dão fundamento ao genuíno humanismo.

Não é trivial que uma pessoa imersa nos afazeres alucinadamente prementes do cotidiano possa dedicar-se a escolher qual humanismo seguirá.
O que se pretende é desembocar numa consideração: se alguém procura sinceramente a felicidade, a verdade, o bem e a beleza, há de ter em mente que só o conseguirá se for coerente com o seu modo de ser.
Não o modo de ser da massa, nem muito menos o apregoado por certos meios de comunicação. Mas sim aquele conferido pela sua natureza humana, o seu “código genético moral”, que desemboca no reconhecimento da dignidade da pessoa e no respeitá-la , seguir a consciência bem formada e deixar um rastro de bem ao longo da vida.

Prof. José Pereira da Silva