Muitos doentes vivem com a certeza de uma morte próxima e previsível, um quadro clínico conhecido como paciente terminal. São pessoas que apresentam uma patologia sem possibilidade de evitar sua progressão para a morte dentro de um prazo curto de tempo.
Muitos especialistas preferem a substituição do termo paciente terminal por paciente fora de possibilidades terapêuticas.
Trata-se de aliviar não apenas o sofrimento físico porém também aliviar a angústia espiritual de enfermos e familiares. Trata-se de ter atenção as necessidades espirituais.
Pois a angústia provocada pela doença traz uma experiência negativa no fim da vida de muitas pessoas. O bem-estar espiritual traz qualidade de vida para os pacientes. Ajudar pacientes incuráveis a superar o desencanto no fim da vida. O sofrimento espiritual é um grande causador de sofrimento na fase final da vida.
É levar em conta as necessidades espirituais dos pacientes, uma intervenção dessa natureza reduz os sintomas depressivos aumentando o bem-estar espiritual.
Ajudar o paciente a passar por todas as fases da doença da melhor forma possível, assegurando afeto e acolhimento. Colaborar para que essa peregrinação no momento difícil da enfermidade seja feita da melhor forma possível. Não basta apenas fortaleza psicológica , mas um dom sobrenatural da fé.
Não é possível viver humanamente sem conhecer a dor na própria carne. Os seres humanos passam a vida fugindo do sofrimento, e que, só quando não fugimos do sofrimento é que nos humanizamos.
Um dos principais medos dos enfermos em estado terminal é do abandonados na sua passagem. A dificuldade de elaborar suas perdas entre as quais: da identidade e autonomia.
Surge as situações ambíguas entre o desejo de se ver livre da doença e sofrimento e o medo de morrer e a revalorização da vida. Existe portanto a dor física, social e espiritual dos que vivem essa fase da enfermidade.
O sentimento de angústia pode aparecer no primeiro contato da doença e ir se desenvolvendo com o aparecimento dos sintomas. Tem um fato de origem externa que agrava a situação, ou seja, uma cultura que não prepara as pessoas para a morte.
É um percurso marcado pelas particularidades de cada pessoa. Nem todos conseguem chegar a tranquilidade de entrega e aceitação do que vivem, muitos não sentem que resolveram conflitos consigo mesmo ou com outras pessoas.
O ideal seria que os pacientes morressem em casa, cercados pelo afeto dos familiares e por um cuidador preparado. Seria importante que o paciente decidir ter a autonomia de decidir o que é melhor para ele.
A pessoa em sofrimento está muito vulnerável. A abordagem espiritual da pessoa doente exige muita técnica e humanidade. O centro sempre será a pessoa que sofre.
Uma pessoa doente na fase terminal pode estar desencorajada, exprimir angústia ou um sentimento de vazio espiritual. As famílias também precisam de amparo. As pessoas doentes terminais precisam de atenção, da cura da atenção e do afeto. Ajudar a viver essa fase da enfermidade com dignidade. Favorecer o desenvolvimento de uma sensibilidade e um cuidado. Cuidados paliativos significa aproximar, cuidar não só do doente, mas também da sua família nos momentos finais da vida. O que significa cuidar do aspectos espiritual, humano, social e familiar. Acompanhar quem está trilhando os últimos momentos da sua existência.
Prof. José Pereira da Silva