O ser humano tem uma realidade interior e exterior. A vivência interior é uma experiência que pertence a cada ser humano. Tem uma realidade interna psíquica, emocional e espiritual. Tem um mundo interno muitas vezes desconhecido.
A pessoa vive com uma consciência, um conhecimento, um pensar que lhes são próprios. Essa vivência interior é uma dimensão da experiência humana, que traz rumo e sentido para a vida.
A pessoa ao longo do seu crescimento vai se colocando interrogações, numa busca de si próprio principalmente em momentos críticos.
A vivência interior pode ser conhecida e desenvolvida conscientemente ou reduzi-la a uma dimensão mínima. Essa vivência interior deve ser abertura às interrogações colocadas pela vida, as interrogações de sentido que devemos tentar responder. Cada pessoa é chamada a encontrar a si e em si respostas de sentido.
A vivência interior não deve ser contraposta a vivência exterior pois a existência diária sem evasões é uma maneira de sentir e agir. Sem vivência interior fica difícil crescimento e humanização.
A vivência interior possibilita de cada pessoa construa a própria personalidade, encontrar sentido na vida, galgar uma subjetividade responsável e autônoma.
Essa vivência interior é um caminho em que se experimenta contradições , avanços inesperados e as vezes regressões.
A vivência interior deve ser um itinerário de encontro consigo marcado por inícios, deixar certas situações vividas para ir lentamente a novas metas e experiências.
Um deixar o que está vivendo para empreender novo itinerário. É um adentrar-se às profundidades de sua vivência interior. É um sair de si para estar em si de forma mais genuína e profunda.
Compreender a vivência interior é reentra-se em si para compreendê-las a partir de dentro. É ter coragem de fazer a si mesmo as perguntas certas para sair da superfície de si mesmo. É depurar-se de tudo que sufoca o eu profundo.
A vivência interior implica ouvir as vozes que afloram no mais profundo de nós mesmos. Para examiná-las e assumi-las. O poeta Rainer Maria Rilke (1875-1926) alertava para o saber cuidar e cultivar as perguntas. São as perguntas essenciais da vida. A pergunta abre-se à procura O conhecer-te a ti próprio é indispensável para fazer o itinerário da vivência interior. Uma busca que pretende trazer a singularidade de cada pessoa. Vencer a cegueira emocional e psíquica. Um caminho de autenticidade da coerência com os valores internos. Um caminho de construção subjetiva e na elaboração de um eu mais coerente e mais leve.
Prof. José Pereira da Silva