Search
sexta-feira 29 novembro 2024
  • :
  • :

Fé e Razão – A paz e a dignidade da pessoa humana

Qual a razão do ser humano ser violento? O ser humano violenta outro ser humano porque quer servir através de tal ato uma finalidade, que, por sua vez, é o culminar de um processo de enriquecimento: violenta-se o outro para que o violentador fique com um bem que não lhe competia, mas de que pensa necessitar.

Este bem pode assumir qualquer forma de ser: pode ser um bem material, pode ser um bem tipicamente psicológico – ilusório para lá da mera dimensão psicológica -, pode ser um bem tipicamente social, pode ser um bem espiritual ou ilusoriamente espiritual. Seja qual for o seu modo de ser, este bem é algo que é pensado pelo agressor como a si necessário.

O agressor é , assim , e sempre, um ser ontologicamente miserável no que diz respeito ao bem pelo que violenta o outro. Nenhum ser ontologicamente grande necessita cometer qualquer agressão. Apenas os miseráveis procedem de tal modo. A aberrante violência ilude-os quanto à grandeza do que são.

Nada senão a mesma maldade nossa de cada dia, impede que a finalidade de bem possa ser servida.
Por que razão muitas pessoas não se dedicam em ser o bem para si mesmas e para os outros?
A violência é exclusivamente humana, porque o ser humano é o único que, sendo já por sua própria ação uma besta, poderia não o ter sido. Neste sentido, nenhum animal é uma besta. Reserva-se a bestialidade para os seres humanos violentos.

Que os seres humanos queiram ser dignos desta designação. Uma pseudo-humanidade de Cains é algo aberrante.
Observemos a Regra de Ouro: Ama o teu próximo como a ti mesmo. Essa é a pedra angular da paz. O amor ao próximo professa como a regra de ouro da conduta moral.

Cometer um ato de violência contra uma pessoa inocente é exatamente o oposto de amar essa pessoa. Uma exigência fundamental é que cada pessoa faça a sua parte.

Urge a necessidade de aceitar os semelhantes como irmãos e irmãs, em vez de tratá-los como inimigos ou ameaças na jornada da vida. Essa aceitação se revela numa atitude de respeito para com outras pessoas e suas diferenças. Ela é promovida por uma disposição para ouvir, receber, dar, compartilhar.

A solidariedade, o compartilhar e o desenvolvimento mútuo nesse peregrinar que é a vida é uma virtude moral apreciada por todas as pessoas e culturas.

Deus é o criador de todos os seres humanos, que a natureza humana é a mesma em todos os homens e mulheres, que todos nutrimos o desejo de amar, de ser amados, de alcançar a felicidade.

A educação para a paz precisa começar com a formação da consciência, com a mudança do coração. Egoísmo, desejo imoderado de bens terrenos que são destinados ao uso de todos, apropriação do que pertence ao outro, desonestidade em pensamentos e palavras, violência explícita – tudo isso são estopins de guerras e sérios conflitos.

É fundamental educar o coração humano na honestidade, no amor, na benevolência, na compaixão, na solidariedade, no autocontrole e, especialmente, no respeito pelos direitos do outro. A dignidade da pessoa humana exige que seus direitos fundamentais sejam respeitados e defendidos.

Prof. José Pereira da Silva