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sexta-feira 29 novembro 2024
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Fé e Razão – A Espiritualidade do Idoso

O crescimento positivo da esperança de vida e a diminuição da natalidade, mesmo que com taxas desiguais, provocam desequilíbrios intergeracionais com muitas expressões.

A participação ativa dos idosos na vida social e familiar assume na cultura um peso sobre o qual é preciso refletir.
Há duas perspectivas que merecem ser analisadas a cultura do idoso no que respeita ao seu próprio envelhecimento e a mentalidade social predominante e difundida sobre a pessoa idosa.

Os idosos podem prestar colaboração na construção da comunidade. A sociologia mostra como os idosos são vistos nas diferentes sociedades: a tradição africana resiste ainda a mentalidade pragmática e produtivista da Europa e em geral do mundo ocidental, onde os cálculos economicistas colocam à margem a sabedoria da experiência.

O modelo da eterna juventude ganha terreno no dia a dia e ignora o desenvolvimento interior, não obstante a novidade da experiência que o envelhecimento pode trazer ainda que seja assinalado pela perda de capacidade e da percepção dos limites.

A espiritualidade olha para o envelhecimento como o cumprimento da vida, distinguindo entre o declínio físico e o crescimento do espírito, ao mesmo tempo que realça a importância da vida espiritual vivida enquanto acolhimento da terceira idade como uma bênção.

A espiritualidade cristã sustenta a aceitação dos limites, a reconciliação com a vida relida e a preparação para o encontro com Deus. A cultura sã é chamada a ver no envelhecimento a beleza da tranquilidade , da ternura e do silêncio, e não apenas a aspereza da doença e da solidão.

Ser idoso é um trabalho exigente: quer dizer começar do zero e fazê-lo muitas vezes , implicando reaprender coisas que primeiro ensinaram aos outros.

O ser humano não precisa apenas de uma educação escolar, mas de uma transmissão vital, como a que os avós realizam para os netos.

Prof. José Pereira da Silva