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sexta-feira 8 novembro 2024
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Expulsar Jesus do Espiritismo?

• Jorge Hessen
Por inacreditável possa parecer, ainda encontramos irmãos “espíritas” que questionam o aspecto religioso da Terceira Revelação. Negam a excelsitude de Jesus com febril descontrole emocional, referindo-se ao Mestre como se Ele fosse um homem vulgar. Para esses confrades atoleimados em suas fanfarras imaginárias, alertamos o seguinte: Espiritismo religioso, Sim!
Acompanhemos o raciocínio de Emmanuel “Somente o Cristianismo restaurado pode salvar o mundo que se perde. Nossa missão é essencialmente religiosa, na restauração da fé viva e na revivência das tradições simples dos tempos apostólicos. Não temos a presunção de pedir o atestado de óbito das escolas religiosas, nem desejamos estabelecer a luta dogmática e o sectarismo. Desejamos tão-só reavivar a crença pura, a fim de que o homem, na qualidade de herdeiro divino, possa entrar na glória espiritual da compreensão de Jesus Cristo (1) ”. (grifamos)
Se aceitamos os preceitos da Doutrina Espírita, não podemos negar-lhes fidelidade absoluta. Prevendo esses estranhíssimos movimentos em nossas hostes, Chico Xavier há 21 anos advertia “as falanges das trevas são muito poderosas, organizadas. O que elas desejam é expulsar Jesus do Espiritismo e se tirarem Jesus do Espiritismo este desaparecerá. Têm surgido, ultimamente, muitas práticas estranhas no movimento kardeciano. Estou alertando vocês porque eu tenho pouco tempo de vida e vocês devem defender esse tesouro. ” (2)
Posteriormente, numa entrevista cedida a confrades de Uberaba, Chico reafirma: “Se tirarmos Jesus do Espiritismo, vira comédia. Se tirarmos Religião do Espiritismo, vira um negócio. A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarmos a religião, o que é que fica? Jesus está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS.”. (3)
Alguns “espíritas”, distantes de quaisquer argumentos inteligíveis persistem em disseminar a desgastada cantilena de que se é preciso fugir do Cristo, do religiosismo, do igrejismo no Espiritismo e transformá-lo numa academia de notáveis. Sob o viés dessa esdrúxula fábula conceitual, escrevem livros, artigos, fazem palestras, escravizados aos impulsos telepáticos dos “gênios das trevas”. Desta forma, pela tendência desses estranhos irmãos “espíritas”, percebe-se que o Evangelho ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas, da má-fé, da ignorância, apesar de representar a grande síntese de todas as propostas filosóficas que visam aprimorar o homem. Esses desarrazoados pregoeiros de ideias vãs esquecem-se de que o Cristo é o modelo de virtudes sobre-humanas. É incomparável a dedicação e a santidade que Ele dispensa à Humanidade.
Nós, que ainda estamos mergulhados no vício da corrupção, não temos parâmetros para avaliarmos a Sua magna importância para o Espiritismo, porque a Sua perfeição se perde na noite indevassável dos séculos. O Espiritismo sem Jesus pode alcançar as melhores expressões acadêmicas, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todas as conquistas transitórias do mundo. E o espírita, que não cogitou da sua iluminação com o Evangelho Dele, pode ser um intelectual, um doutor e um filósofo, com as mais elevadas aquisições culturais, mas estará sem bússola e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação.
FONTES:
1- Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, questão 42
2- Revista Internacional do Espiritismo, Matão 1985
3- Entrevista com Chico Xavier disponível em: https://espirito.org.br/artigos/espiritismo-sem-jesus-3/