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quarta-feira 25 dezembro 2024
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Explosão do carnaval Taubateano

O nosso carnaval sobrevive, passando por diversas fases e em diferentes épocas, porque o taubateano é um autêntico carnavalesco.
Embora o samba tenha iniciado o seu julgamento na década de 20, segundo os entendidos no dia 29 de janeiro de 1929, Dia do Padroeiro do Rio de Janeiro, São Sebastião, mas somente na época de ouro, a partir de 1969, que o samba teve uma nova conotação a respeito do julgamento.
Taubaté, nessa época, já iniciava seu carnaval com bastante influência do carnaval carioca em nossas Escolas de Samba, já aplicando a mesma regra e definindo também as suas cores.
A Escola de Samba Império do Morro escolheu as cores verde e rosa da Mangueira, tendo como precursores o intérprete Pedrão, Moacyr Alvarenga Peixoto, Gumercindo, Aristeu, Moacyrzinho Peixoto, Luizinho do morro, Edson Calil e sua diretoria. Encantou a todos com sua bateria, e tinha um samba de qualidade e enredos como: “O Nordeste e seu Folclore”, “Na Terra do Xê Xê Xê …Tem,Tem,Tem…Muita Lenda Tem” e outros maravilhosos.
Já a Boêmios da Estiva escolheu as cores vermelho e branca do Salgueiro, inclusive fiz parte dessa comissão juntamente com Wilson Fim, Tio Cride, Traira Tio Pedro, Rosemir ,Meirelles,Otavio Marques e diretoria. A Escola deixou saudades desfilando na passarela os enredos “ Tabaeté, Uma Viagem na História”, “Clara Luz”, “Pelos Caminho do Café” , “Teatro São João”, “Lendas do Rio Paraiba” etc.
Outra Escola de Samba que se inspirou na Portela foi a Embaixada da Vila São José, escolhendo as cores azul e branco, quando Ary Kara era o presidente, e tinha como vice Alberto Giovanelli (Chichole) e os diretores Orlando Prado Filho, Marilda, Antoninho e Santana como mestres de bateria. O destaque principal, dentre outros quesitos, era o visual, seguindo a linha de João Trinta que dizia : “Depois que o visual virou quesito o julgamento mudou. Quem gosta de miséria é só intelectual. O povo quer ver é luxo”. Enredos desta escola que deixaram saudades: “Os Tempos Idos Dourados do Cassino da Urca”, “O Apocalipse”, “As Cinco Regiões do País”, “Dá no que Deu e deu no que dá” e muitos outros.
Também marcou presença em nosso carnaval, com muito brilho e luxo, a Acadêmicos do Chafariz, apresentando grandes temas enredos como: “A Lenda do Jarau”, “Mazzaropi”, “As Rosas não falam .(Cartola)” , “Elpidio dos Santos”, “Somos Assim” e muitos outros. Ainda teve destaque de importantes bambas que marcaram a história do carnaval, como: Sota , Gama, Saulo, Nancy, Juju, Antoninho Sapo, Baca, Doni, Lucio Poeta, Samiro, Silvinho e Puru e os novos compositores .
A Escola de Samba Mocidade Alegre da Vila das Graças, que surgiu um pouco depois das outras e veio com tudo para avenida, abrilhantou a passarela com grandes enredos como: “Malbataan”, “A Gruta que chora”, “Ontem ,Hoje e Amanhã”, “O Reinado não é coisa do passado”.
REMINISCÊNCIAS: Taubaté tem histórias no carnaval. Houve uma época em que havia dois grupos , num total de 14 Escolas de Sambas, distribuídas em 8 no primeiro e 6 no segundo grupo. E chegou a ter 19 Escolas de Samba: Império do Morro, Boêmios da Estiva, Embaixada da Vila São José, Acadêmicos do Chafariz, Mocidade Alegre da Vila das Graças, Mocidade Unida do Iapi, Areão, Vila São Geraldo, Independência ,Vila Albina, Baroneza, Boêmios do Morro(São Pedro),Vila Aparecida, X Taubatena, E S Vai Quem Quer, Jaraflor , Santa Fé, Parque Aeroporto e União das Cores.
O brilho do nosso carnaval também se deve ao AMETRA (Atendimento Múltiplo na Educação e no Trabalho), uma escola profissionalizante que mostrava os primeiros passos das crianças para os desfiles carnavalescos .
Contam os carnavalescos mais antigos que, inicialmente, os desfiles se realizavam em forma de blocos e aconteciam próximos à Bica do Bugre. Mais tarde , quando passou a ser Escola de Samba, os desfiles eram realizados nas avenidas da cidade , como: rua Dr. Pedro Costa, Chiquinha de Mattos, Av 9 de Julho, John Kennedy e, finalmente, foi construída a Avenida Alegria do Povo , com área coberta, que faz inveja a muitas cidades grandes do país.
Taubaté foi a capital do samba, quando emprestou à Estação Primeira de Mangueira o seu escritor maior da literatura infantil, José Bento Monteiro |Lobato, que consagrou a vede e rosa campeã do carnaval carioca de 1967, com o tema enredo ‘O Mundo Encantado de Monteiro Lobato.”
A nossa cidade, na década de 70 e início de 80, foi considerada, juntamente com nossa vizinha Guaratinguetá, uma das melhores do interior paulista. Houve uma parada dos desfiles das escolas de samba em 84 e quando retornou em 1987, já não se apresentou como antes, sendo que os carnavalescos se afastaram e as diretorias foram reformuladas. O que não aconteceu com Guaratinguetá, que sempre manteve os carnavalescos da velha-guarda, que num trabalho conjunto com jovens arrojados criaram uma liga independente.
BLOCOS DE RUA
A magia do carnaval e essa alegria contagiante também ficam por conta das bandas e blocos de rua que tiveram grande aceitação dos foliões. Os blocos arrastam multidões pelas ruas e praças de nossa cidade, a exemplo do “ Vai Quem Quer”, “BBC Banda do Bom Conselho”, “Boné Veio”, “Onde é que eu Tô”, “Farrapus”, “Tatu do Viaduto” , “Bloco Pé na Bunda”, “De Bar em Bar’, “Biroska do Chico Bunda”, “Dragões Alvi- Azul”, “ADC Ford”, “Goró do Meio dia”, “Bloco do Ney Bola”, “Bicho Papão” e uma infinidade espalhados por Taubaté, sem contar com “O Bloco Cachorrões” e os demais que desfilam no Distrito de Quiririm, que não são poucos.
Em se falando de EXPLOSÃO DE ALEGRIA não podemos nos esquecer do Bloco Explosão, embora não participasse do carnaval, mas fazia a festa para a torcida do glorioso E C Taubaté nos domingos no Joaquinzão. Esse bloco deixou sua marca registrada e se perpetuará no tempo.
Enfim, não podemos perder a esperança em conquistar um carnaval forte e bem estruturado, o que depende de cada um de nós que somos eternos aprendiz da alegria, para que amanhã possamos passar o anel de bamba e manter a chama do carnaval sempre viva e, assim, poder recontar a sua história.