Em processo da Justiça Eleitoral que investiga supostos atos de corrupção do ex-governador de São Paulo (SP) Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-secretário tucano Marcos Antônio Monteiro também está na mira do inquérito. Segundo os investigadores ouvidos pela Folha de S. Paulo, o ex-tesoureiro é peça-chave dos indícios acusatórios contra o antigo mandatário paulista.
Braço direito de Alckmin, Monteiro, que chegou a ocupar diferentes cargos nos quatro mandatos do coligado, é acusado de ter negociado quase R$ 10 milhões em repasses de caixa dois da Odebrecht para o PSDB. Ele foi citado por ex-executivos da empreiteira em delação em 2017 e virou réu juntamente ao ex-governador nessa quinta-feira (30/07). Ele deve responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral.
Segundo despacho do juiz à frente do caso, há indícios suficientes apontados pelo Ministério Público Eleitoral para a abertura da ação. De acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo, os depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht foram reforçados por provas obtidas pela Polícia Federal durante as investigações.
Em defesa, o advogado de Monteiro, Leandro Pachani, disse ao jornal Folha de S. Paulo que está “indignado com os infundados fatos apresentados na denúncia, fruto da reiteração de procedimentos que visam atingir o direito de defesa e o contraditório”.
Sob comando de Alckmin, Monteiro comandou a antiga Febem, hoje fundação Casa, em 2004, e presidiu o Conselho Estadual de Educação no ano seguinte. Ele foi o tesoureiro do PSDB e integrante do comitê financeiro da campanha do ex-governador à prefeitura, em 2008, e virou secretário de Planejamento e Gestão do estado quando o coligado foi reeleito ao comando de São Paulo, em 2014.
Foi durante tal campanha eleitoral que o MP acusa Monteiro de ter agido como arrecadador informal, fazendo repasses irregulares à Odebrech.
Além de suspeitas de irregularidades na campanha de 2014, a acusação diz que foram pagos outros R$ 2 milhões em caixa dois a Alckmin na campanha de 2010 por intermediário foi Adhemar César Ribeiro, cunhado do ex-governador.