Recentemente tive a oportunidade de realizar um velho sonho, conhecer a Europa, o velho continente. Conheci a Áustria, República Tcheca e Eslováquia e no meio do festival de culturas diferentes algumas coisas me chamaram a atenção principalmente se comparar com o meu amado e belo Brasil.
Amo meu país, o acho lindo e sei que não o abandonaria mas, convenhamos, estamos muito atrasados.
Durante os quinze dias que estive nesses países eu me perguntei onde é que estavam os buracos no asfalto, tão comuns nas ruas, avenidas e estradas Brasileiras. Não encontrei, não existem. Eu vi asfaltos velhos e, ainda assim, sem buracos e me perguntei, porque lá funciona e aqui não? O que acontece?
Nas ruas não há lixo, ninguém joga papel, lata ou garrafas pet no chão e porque nós, Brasileiros, ainda insistimos em jogar lixo nas ruas? Porque? Como eles conseguem convencer as pessoas a não jogar lixo nas ruas? Educação? Conscientização?
Com relação ao trânsito, eu diria que nossas ruas são muito mais sinalizadas que as ruas europeias e, no entanto, lá o trânsito funciona, não há stress, não há brigas não há buzinadas e chego à conclusão que como são educados e civilizados não precisam de tantas placas, simplesmente respeitam as leis do trânsito e pronto. Difícil, né?
Dá pra acreditar que todo mundo dá seta? Dá pra acreditar que os carros param para os pedestres atravessarem as ruas e que os pedestres só atravessam na faixa?
E, incrível, se houver um sinal para pedestre, eles só atravessam a rua quando ficar verde, se estiver vermelho não atravessa mesmo que não esteja vindo carro, consegue imaginar isso?
Carros com som alto? Desrespeitando o ouvido dos outros, Inimaginável! Nos quinze dias que estive lá, não vi nenhum.
Outro exemplo que me surpreendeu foi que em Viena (Austria) e em Praga (República Tcheca), são muito usados os trens elétricos que cortam as cidades em todos os sentidos e a população usa muito esse excelente transporte coletivo. E sabe como eles pagam para usar? Compra um ticket que tem validade para um determinado número de dias e você pode usar de manhã, a tarde, a noite, o dia inteiro se quiser, não importa mas, o mais incrível é que não há fiscalização, nenhuma, ou seja, se o usuário quiser, pode usar o trem sem pagar e ninguém vai fiscalizar. Só que eles pagam, todo mundo paga e não há necessidade de fiscalização porque eles sabem que todo mundo vai pagar e, na visão deles, isso não é mérito, é apenas obrigação.
Consegue imaginar esse sistema no Brasil? Acha que funciona?
Por isso sempre digo que temos que cobrar os nossos políticos sim mas, antes disso temos que fazer a nossa parte. Como vou cobrar um político se não devolvo um troco errado, se pego uma mercadoria escondido, se não hesito em passar um sinal vermelho, se estaciono em local proibido, se tento subornar um policial? O povo Brasileiro precisa parar de querer levar vantagem, isso é coisa do passado, ficou para trás e temos que evoluir.
Enquanto estava em solo europeu, observei também que as notas de troco (Euros) que pegava não estavam amassadas, rasgadas ou riscadas e questionei um Vienense. Ele se surpreendeu com minha pergunta.
Notas riscadas? Como assim? Por que alguém iria riscar ou escrever em uma nota? Expliquei que no Brasil, infelizmente, isso é comum e ele ficou estupefato.
E estupefato também fico quando vejo coisas escritas nas nossas notas e até carimbos com citações diversas, haja ignorância.
O que acontece? Por que as coisas funcionam lá e aqui não? Funcionam porque são países mais antigos do que o nosso? Por que são países moldados em guerras e sofrimentos? Por que são ensinados desde criança a ter educação? Por que tem fiscalização e punição?
Não sei, só sei que amo meu país e não o deixaria mas, confesso…dá uma pontinha de inveja em ver que lá as coisas funcionam e aqui apenas patinamos sem sair do lugar.
Oh, meu Brasil!
Europa, o velho continente
fev 28, 2019Bruno FonsecaCrônicas e Contos do EscritorComentários desativados em Europa, o velho continenteLike
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