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domingo 29 dezembro 2024
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Estudos de Hector Durville – Parte 2/3

• Ana Vargas
O MAGNETIZADOR E A IRA: “Aconteceu-me várias vezes, em um estado de superexcitação determinado pela cólera, por exemplo, receber um doente enfraquecido. Eu me sentia forte, vibrante, capaz de agir com grande energia e de aumentar, em consequência, as funções orgânicas do meu doente. Realmente, durante a sessão, ele experimentava efeitos bem mais energéticos que comumente; mas no dia seguinte, ele me dizia que estaria muito bem, se não tivesse sentido durante todo dia, um estado de cólera e de excitação incompatível com seu humor habitual.” (Hector Durville, Teoria e Procedimentos do Magnetismo)
Veja-se, houve um aspecto positivo no magnetizador trabalhando sobre efeito da ira: capacidade de agir com grande energia e aumentar as funções orgânicas do paciente. Ocorria melhora no estado clínico, digamos, do magnetizado. No entanto, havia um aspecto negativo do ponto de vista emocional/psicológico que era a transferência do estado de irritação, de raiva, que o magnetizado sentia sem ter causa.
Vejamos então a conceituação da raiva e como age fisiologicamente.
Irritabilidade, propriedade explosiva que todas as substâncias vivas apresentam de forma constante, demonstrando capacidade de responder com excesso, transformando-se de “acuadas” em “agressoras”.
Tem como principais reações fisiológicas: aumento geral das secreções salivar, sudoral e renal; hipertensão; aceleração do metabolismo.
Novamente perfeita coincidência entre as descobertas da ciência quanto à fisiologia das emoções e às antigas lições dos magnetizadores clássicos. Durville confessa e descreve que sentia que a raiva fazia com sua atuação como magnetizador. Mira Y Lopes analisa o que ela faz com qualquer pessoa e vê-se que sim, a raiva potencializa, extravasa energia, faz o organismo reagir com excesso, acelera e observa significativa ação da parte renal. Novamente, pensando em termos da fisiologia dos centros de força, podemos dizer que há uma intensa ativação de todos eles, porém sobressaindo-se o esplênico e o cardíaco. Logo, compreende-se facilmente a melhora dos sintomas clínicos do paciente. Mas sofreu o desconforto emocional da contaminação da raiva.
O tempo e o espaço são limitados, por isso ative a exposição do 8º Encontro ao limite do tempo e aqui limito o espaço e apenas refiro que tanto a ira quanto o medo sofrem processos de evolução em nosso íntimo, manifestando além destes “sintomas” gerais, outros específicos. Assim, a ira conduzirá ao rancor e ódio, acarretando cada um deles acréscimos emocionais no nosso íntimo. Recomendo buscar conhecê-los tanto para aprimorar nossa prática como magnetizadores, como para reconhecê-los nos atendidos, pois essas queixas frequentemente confundem-se com sintomas patológicos, psicopatológicos e mesmo com questões de fundo obsessivo.
• Retirado do Jornal Vórtice ano VIII, nº2, julho-2015.