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sábado 21 setembro 2024
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Estudos de Hector Durville – Parte 1/3

Estudos de Hector Durville – Parte 1/3

• Ana Vargas
Uma questão que ocupou e deve ocupar a atenção dos que estudam e praticam
Magnetismo é a transferência emocional do magnetizador. Neste texto fundamentado exclusivamente em Du Potet e Durville, analisaremos a influência das emoções do magnetizador durante as práticas magnéticas. Friso que essa análise é específica para a prática magnética. Quando se aborda esse assunto, frequentemente por falta de discutirse a respeito das emoções humanas, seu papel, sua influência em nosso ser e especial a grande necessidade de se disciplinar essas forças da alma, algumas pessoas generalizam interpretando que a orientação desses pensadores é para a vida em geral. Então, repito: essa análise é para formação do magnetizador, para sua prática nas atividades ligadas ao magnetismo que importam diretamente em emissão e qualidade de fluidos transferidos ao magnetizado.
Posto isso, vamos ao que eles observaram, estudaram e apontaram como causas de fracasso em terapias magnéticas e que são exclusiva responsabilidade do magnetizador. Não são atribuíveis ao Magnetismo, como força natural, nem ao magnetizado, nem ao conhecimento do magnetizador quanto às leis que regem o Magnetismo, mas sim, quanto a sua condição de conhecimento e controle das próprias emoções. Limitei a análise a três emoções básicas: o medo, a ira e a piedade.
O Magnetizador e o Medo: “Nos dois casos, a maior calma e o maior sangue frio são necessários, porque a menor perturbação junto ao magnetizador pode se transmitir ao magnetizado e comprometer a cura.
Se por um momento, o temor, a dúvida, o desespero mesmo vêm se apossar de vós, deixai o doente durante algumas horas, abandonai-o a si mesmo e afastai-vos para longe”. [Retornar quando estiver equilibrado]. (Hector Durville, Teoria e Procedimentos do Magnetismo)
Durville aponta como condição emocional ideal ao magnetizador, enquanto opera transferência fluídica ao magnetizado, a calma e o sangue frio. Para quem trabalha com magnetismo é fácil compreender essa orientação: tudo é possível durante um atendimento magnético e o magnetizador é o responsável por conduzir a harmonia em qualquer situação. O magnetizado espera ajuda efetiva e para tanto o equilíbrio do magnetizador é fundamental. Se não temos essa condição a orientação é afastar-se do atendido, recuperar essa condição e só então retomar o trabalho. E vejam que não era um passo atrás e alguns segundos: era afastarse, ir embora, e deixá-lo por horas. Isso na prática da instituição espírita será operacionalizado com a informação ao coordenador ou ao colega de trabalho de que não tem condições de prosseguir atendendo. É melhor parar do que comprometer o resultado do trabalho. Ou ainda, se diante de um caso determinado faltar condições emocionais para atender, também informar que não se sente capaz de ajudar efetivamente essa ou aquela pessoa. Somos humanos, não máquinas, isso não pode ser esquecido.
“Para obter a insensibilidade, é preciso forte resolução, uma vontade enérgica. Se o medo o dominar poderá ocorrer, por exemplo, no momento em que o instrumento cortante estiver dentro das carnes o indivíduo poderá, subitamente, senti-lo. (…)
O erro estava, certamente, com o magnetizador, que não tinha preenchido nem a metade das condições que asseguram o sucesso. ” (Du Potet, Manual do Estudante Magnetizador)
Observem qual é o efeito do medo sobre a emissão fluídica do magnetizador observado por Du Poter: paralisava o efeito físico da insensibilidade, ou seja, paralisava a emissão fluidifica. Logo, todo esforço, por maior que fosse o conhecimento e a vontade, eram vãos. Eram barrados pelo emocional do magnetizador. Na colocação seguinte, vê-se que esse autor alinhava a importância do autoconhecimento e do autodomínio emocional do magnetizador como a metade ou mais das condições que asseguram o sucesso do tratamento magnético.
Vejamos o que diz a ciência atual a respeito da fisiologia das emoções humanas, aliás, faremos esse cotejo em todas as análises. São estudos realizados no século XX, e aqui citamos o psicanalista Mira y Lopes, com citações extraídas de sua obra Os quatro gigantes da alma e o também psicanalista Erich Fromm da obra a Arte de Amar.
Diz Mira y Lopes: “O medo é a emoção com que se acusam nos níveis superiores do reino animal, os fenômenos de paralisação ou detenção do curso vital quando se veem submetidos a bruscas e desproporcionadas modificações em suas condições de existência. ”
Quais sãos as reações fisiológicas que o medo determina no corpo? Palidez; reflexos no sistema digestivo (estômago e intestino); vestígios do choque; ação indireta e global sobre todo corpo desencadeando reflexos inibitórios que podem levar à morte.
Vejam, fisicamente há uma paralisação global, fluidicamente também. O reflexo sobre aparelho digestivo é grande, paralisa, e ligada a essa região há importantes centros de força, diretamente o gástrico, que é responsável por intensa doação de energia, próximo há o esplênico. Não é preciso muito esforço para entender porque ocorre a paralisação.
Quanto aos reflexos inibitórios globais é bastante comum o desmaio causado por estados emocionais ligados ao medo.
• Retirado do Jornal Vórtice ano VIII, nº2, julho-2015.