Boletim “Elas vivem: dados que não se calam” analisou dados de sete estados e constatou 495 casos de feminicídio
Um estudo divulgado nesta segunda-feira, 6, pela Rede de Observatórios da Segurança aponta que 2.423 registros de violência contra a mulher foram feitos no último ano. Ou seja, a cada quatro horas ao menos uma mulher foi vítima de violência, de acordo com o documento divulgado na Semana da Mulher.
Segundo o boletim “Elas Vivem: dados que não se calam”, foram 495 casos de feminicídios.
A terceira edição do documento apresenta o monitoramento de sete estados: BA, CE, PE, SP, RJ e pela primeira vez, MA e PI. Entre os casos registrados, 495 são feminicídios, ou seja, uma mulher morre por ser mulher a cada dia.
A ONG argumenta que, trazer à tona esses números, “que representam vidas de mães, irmãs, filhas, faz com que os governos possam criar políticas públicas para evitar essas violências e preservar vidas”.
O maior número de eventos foi registrado em São Paulo (898) – um a cada dez horas. Mas é a Bahia o estado com maior taxa de crescimento em relação ao último boletim, com uma variação de 58%, com ao menos um caso por dia. Além de ser o primeiro em feminicídios do Nordeste com 91 registros. O Rio de Janeiro também apresentou uma alta significativa de 45% em um ano.
Os dados são produzidos a partir de um monitoramento diário do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. As informações coletadas alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado.
A violência contra mulher é o terceiro indicador de violência mais registrado pela Rede de Observatórios. Atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais – que tradicionalmente ocupam o noticiário policial.