Obras para revitalização do patrimônio histórico devem durar dois anos
Começaram as obras que vão restaurar a Estação Ferroviária de Taubaté, no Vale do Paraíba, e transformá-la em um espaço dedicado ao ecossistema de inovação aberta, economia criativa e cidades inteligentes. Intitulado Station T, o projeto para preservação do patrimônio histórico idealizado pelo Instituto I.S. de Desenvolvimento e Sustentabilidade Humana, conta com o apoio financeiro do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e com o patrocínio da EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico, e da MRS Logística, ferrovia de carga que atua nos estados de MG, RJ e SP, por meio do edital Resgatando a História, do BNDES.
O início das obras foi anunciado nesta quinta, dia 26, durante evento no local que contou com a presença de autoridades e representantes das empresas envolvidas. A conclusão das obras e inauguração do local estão previstos para 2025. O valor total do projeto é de R$ 9,3 milhões, sendo que R$ 7,5 milhões serão apoiados pelos parceiros da iniciativa Resgatando a História, através da Lei de Incentivo à Cultura.
Com 6.025 m2, sendo 2.500 de área construída, o complexo tem um papel importante na história do Brasil, tendo sido o principal meio de distribuição do café para o porto de Santos e, ao mesmo tempo, parada obrigatória de passageiros nas viagens entre São Paulo e Rio de Janeiro até a década de 80.
“Estamos felizes com o avanço desse projeto que já dura 10 anos. A cerimônia de lançamento das obras é um marco para Taubaté e para a preservação do patrimônio. Nosso propósito, enquanto think tank, é trazer iniciativas que ajudem pessoas, empresas e governos a se desenvolverem muito além do fator econômico, abrangendo âmbitos como o cultural, social, tecnológico, ambiental e humano”, afirma Rodrigo França, diretor-presidente do Instituto I.S.
Além de preservar o patrimônio histórico e cultural brasileiro, o objetivo da restauração é criar um espaço dedicado à inovação aberta, com auditório, coworking, restaurante, espaço para cursos e eventos, laboratórios de mobilidade e segurança cibernética, atividades culturais, economia criativa e turismo.
“Esse projeto liga temas que são muito importantes para nós da EDP: a preservação do patrimônio e a promoção da cultura e das regionalidades, mas também da inovação. O antigo complexo ferroviário será restaurado, valorizando a história e cultura locais, e se tornará um hub com o objetivo de estimular a inovação, as indústrias criativas e a economia de Taubaté como um todo. O aspecto histórico do prédio será mantido, mas com outro uso e reafirmando o protagonismo desse local tão importante para Taubaté e para o Vale do Paraíba”, destacou Dominic Schmal, diretor de ESG da EDP no Brasil e do Instituto EDP.
“Nós, da MRS, sempre demos muito valor à preservação do patrimônio ferroviário. Sempre foi e continua sendo muito importante mantermos viva a história da ferrovia, agregada ao desenvolvimento que ela sempre proporcionou às cidades. Fazer parte desta bela parceria, que viabilizou o restauro da Estação Ferroviária de Taubaté, é algo muito significativo, ainda mais pela contribuição que será dada, mais uma vez, à comunidade, com um espaço voltado à inovação”, pontua a gerente geral de Relacionamento Institucional da MRS, Rosa Cassar.
Valorização da cultura
Desde 2021, a EDP anunciou diversos investimentos em restaurações por meio do Resgatando a História, incluindo R$ 10 milhões na reforma do Teatro Carlos Gomes, em Vitória, capital do Espírito Santo. Ainda no estado capixaba, em 2022, divulgou o patrocínio ao restauro da Igreja Nossa Senhora D’Ajuda em Viana e a Igreja de Reis Magos em Serra, que fazem parte do projeto de desenvolvimento turístico do mais completo e importante roteiro jesuítico do Brasil, com 137 quilômetros. A companhia foi ainda a principal patrocinadora da reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, reinaugurado em 2021, e foi a primeira companhia a patrocinar a restauração do Museu do Ipiranga, reaberto em setembro de 2022. Essas duas iniciativas representaram um investimento conjunto de R$ 32 milhões por parte da empresa.
Em 2021, o repasse total de recursos da MRS alcançou o valor de R$ 11,7 milhões, abrangendo 17 projetos e 25 Conselhos Municipais dos Direitos dos Idosos e das Crianças e Adolescentes. Como resultado da política de valorização do Patrimônio Histórico Ferroviário, destaca-se a conclusão do Restauro da Casa do Engenheiro de Pindamonhangaba (SP) e as obras de Restauro da Estação Ferroviária de Barra do Piraí (RJ), Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) e Santos Dumont (MG).
Contexto Histórico
Inaugurada em meados do século XIX, a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), a Estação Taubaté, por muitos anos, foi o principal meio de ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, ao longo do Vale do Paraíba. A estação funcionava como carga e descarga de mercadorias, além de servir como transporte para passageiros, entre eles, o presidente Getúlio Vargas. Datado de 1876, o complexo documenta a história do desenvolvimento econômico nos períodos imperial e início da república, por meio do escoamento do café para o Porto de Santos, onde era exportado para a Europa e EUA. Da mesma forma, sinalizava para início da industrialização paulista e seu valor simbólico para a construção da identidade de Taubaté como uma importante e rica cidade do interior paulista.