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quinta-feira 14 novembro 2024
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Especialista esclarece mitos e verdades sobre o colesterol

Neste Dia do Cardiologista, o Dr. Cleber Mazzaro, cardiologista do Hospital Brasil, desmistifica algumas crenças sobre o assunto
A alimentação desequilibrada e o sedentarismo são algumas das causas que desencadeiam um dos grandes vilões da saúde: o colesterol ruim. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) do ano passado, os níveis elevados do colesterol atingem aproximadamente 60 milhões de pessoas, cerca de quatro em cada dez brasileiros adultos. Entre eles, cerca de 11% nunca fez exame de colesterol e quase 70% só descobriu a condição após os 45 anos de idade.

O colesterol é um tipo de gordura fundamental para o funcionamento do organismo e o próprio corpo é responsável por fabricar boa parte desse componente, que está presente em órgãos como o coração, cérebro, intestino, músculos e pele. A outra parte é adquirida por meio dos alimentos ricos em gordura. No entanto, quando há uma má alimentação e ausência de atividades físicas, o colesterol considerado ruim (LDL), pode se tornar excessivo e desencadear alguns problemas de saúde, como quando as placas de gorduras obstruem artérias, podendo levar ao infarto, e outras doenças cardiovasculares.

Neste Dia do Cardiologista, o especialista Dr. Cleber Mazzaro, cardiologista do Centro Cardiológico do Hospital Brasil, esclarece alguns mitos e verdades sobre o assunto e dá dicas indispensáveis para evitar e, no caso dos pacientes, controlar a doença.

Os fatores de risco são apenas externos e ambientais?

MITO. Os fatores de riscos mais conhecidos são o tabagismo, falta de exercícios físicos, dieta rica em gorduras, idade avançada e diabetes. Até fatores psicológicos podem afetar, como estresses do dia a dia. Porém, segundo o cardiologista, a genética também pode contribuir. “Há pessoas que possuem uma alimentação balanceada, não ingerem tanta gordura e o colesterol é alto. Isso se dá por causa de uma condição chamada hipercolesterolemia familiar, quando o colesterol é hereditário”.

Há níveis de riscos do colesterol?

VERDADE. “Há o colesterol de risco baixo, médio e alto. Para definir cada um deles, é preciso avaliar o índice do colesterol que comemos e o que corpo fabrica, ou seja, o ruim e o bom, a idade, hipertensão, tabagismo e outros. É preciso estar atento a todos esses fatores e manter o equilíbrio, alinhando hábitos saudáveis com orientações de especialistas”, esclarece o cardiologista. Ainda segundo o médico, há um índice ideal para cada tipo:
Colesterol bom (HDL): sempre maior que 40 mg/dl
Colesterol ruim (LDL): depende do grau do risco do paciente.

Apenas a prática de exercícios ajuda?

MITO. Além das atividades físicas que devem fazer parte da rotina de todos, uma dieta balanceada deve ser um complemento importante na prática de hábitos saudáveis. Entretanto, para quem já possui o colesterol alto o uso de medicamentos é imprescindível para o controle da doença. “Além do uso das estatinas, medicamentos já conhecidos no combate ao colesterol, há um novo remédio já autorizado no mercado brasileiro que é a base de PCSK9. Indicadas para pacientes que possuem resistência às estatinas, essas novas drogas são injetáveis pelo menos duas vezes ao mês, possuindo uma eficiência tal qual as que já conhecemos”, conta Mazzaro.

Ovo é realmente um vilão?

MITO. “A gema é realmente rica em colesterol, mas não faz do ovo em si um grande causador do colesterol. Mesmo em dietas com baixo carboidratos, tem que haver um consumo moderado e complementar a alimentação com outros nutrientes. O segredo é consumir tudo moderadamente”, explica o médico.

Bebidas ajudam a moderar o colesterol?

VERDADE. Segundo o especialista, há estudos que apontam que alguns tipos de vinho são bons para o coração. Nessas pesquisas, o uso dessas bebidas com moderação provoca uma elevação do colesterol bom (HDL), ajudando na remoção de partículas gordurosas das artérias, diminuindo também o risco de infartos e AVC.