Entre as vozes poéticas femininas mais recentes, figuram a são-tomense Maria da Conceição Lima ( A dolorosa raiz do micondó, de 2006), a cabo-verdiana Vera Duarte ( Amanhã amadrugada, de 1993), a guineense Odete Semedo (No fundo do canto, 2003). Particular relevo merece a obra da angolana Ana Paula Tavares ( Ritos de passagem, 1985; Dizes-me coisas amargas como os frutos, 2001). Suas obras associam-se à série literária nacional e à afirmação supranacional do feminismo.
Elas também se colocam como contadoras de estórias, no que seus trabalhos literários também se articulam com a antropologia. No romance, singulariza-se, com densidade artística, a primeira romancista de Moçambique, Paulina Chiziane (Ventos do apocalipse, de 1995; Niketebe, de 2002).
As literaturas africanas de língua portuguesa apresentam, na atualidade, prosadores vigorosos, José Luandino Vieira ocupa uma posição central. A maior parte de suas estórias foram o Verde, onde ficou preso juntamente com outros intelectuais dos países africanos engajados na luta anticolonial. Procurava pensar a língua portuguesa em quimbundo, em suas narrativas, incorporando a oralidade. Ao se deparar com a obra de Guimarães Rosa, houve uma total identificação.
Avançou nessas hibridizações, dando asas à criação literária. Sua obra, traduzida em vários países, tem sido seguidamente reeditada.
Luandino Vieira e Guimarães Rosa, veiculados no campo das literaturas em português, mostram efeitos comunitários, em especial na obra já abrangente do moçambicano Mia Couto. Ao procurar novas margens para a criação literária, ele tensiona discursos antropológicos, sociais ,históricos e políticos.
Escritoras Africanas
mar 22, 2019Bruno FonsecaLiteratura em gotasComentários desativados em Escritoras AfricanasLike
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