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sábado 16 novembro 2024
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Epidemia de covid vai durar até 2022? Entenda o que diz estudo de Harvard

O mundo está prendendo a respiração.

Depois que o novo coronavírus saiu da China em todo o mundo, um país após o outro adotou medidas duras para impedir que o SARS-CoV-2 se espalhe e esmague hospitais. Eles apertaram o botão de pausa em suas economias e na vida de seus cidadãos, interrompendo eventos esportivos, serviços religiosos e outras reuniões sociais. O fechamento de escolas em 188 países afeta mais de 1,5 bilhão de estudantes. As fronteiras estão fechadas e as empresas fechadas. Enquanto alguns países ainda vêem o número diário de casos aumentar, outros – primeiro na Ásia, mas cada vez mais na Europa – conseguiram dobrar a curva, retardando a transmissão do COVID-19.

Com os resultados obtidos, a conclusão é que, dentro do cenário atual, teríamos quarentena intermitente até 2022.

O futuro da transmissão da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) é certo.

Os esforços de distanciamento social para evitar o colapso hospitalar diante da pandemia de covid-19 podem ser necessários, ao menos de modo intermitente, até 2022. É o que estima um grupo de pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, em artigo publicado dia 14 de abril, na revista Science.

Os cientistas buscaram avaliar, para os próximos cinco anos, quanto o novo coronavírus, que recebeu o nome de Sars-CoV-2, deverá persistir na população humana após o estágio inicial da pandemia. Uma resposta concreta, dizem, dependerá de sabermos exatamente quanto vai durar a imunidade humana depois da contaminação ou de tomar uma eventual vacina.

Para saber isso, serão necessários estudos sorológicos urgentes, que determinem a extensão da imunidade da população, se ela diminui com o tempo e a que taxa. Essa vigilância epidemiológica, dizem, deve ser mantida nos próximos anos para antecipar a possibilidade de ressurgimento. O grupo, liderado pelo epidemiologista Marc Lipsitch, elaborou vários cenários de transmissão da doença até 2025, usando estimativas de sazonalidade, imunidade e imunidade cruzada para outros coronavírus responsáveis por resfriados comuns, levando em consideração dados de séries temporais dos Estados Unidos.

Eles projetam que surtos recorrentes do Sars-CoV-2 no inverno provavelmente ocorrerão após a onda pandêmica inicial mais grave, assim como ocorre com outros vírus respiratórios. Sem outras intervenções – principalmente uma vacina, um tratamento específico ou um aumento substancial da capacidade de cuidados intensivos (UTIs) -, a forma de evitar o colapso do sistema de saúde pode ser um distanciamento social prolongado ou intermitente até 2022. “Intervenções adicionais, incluindo capacidade ampliada de cuidados críticos e uma terapêutica eficaz, melhorariam o sucesso do distanciamento intermitente e acelerariam a aquisição da imunidade do rebanho”, escrevem.

Eles dizem que os estudos sorológicos vão determinar a extensão e a duração da imunidade. “Mesmo no caso de eliminação aparente, a vigilância de Sars-CoV-2 deve ser mantida, pois um ressurgimento do contágio pode ser possível até 2024″, escrevem. Segundo os pesquisadores, a incidência total da doença nos próximos cinco anos dependerá criticamente de o coronavírus entrar ou não em uma circulação regular entre as pessoas, questão que está ligada à duração da imunidade. Para os resfriados comuns causados por outros coronavírus comuns entre humanos, a imunidade dura em geral um ano. Nas estimativas feitas no trabalho, os cientistas consideraram que a imunidade ao Sars-CoV-2 induzida pela infecção poderia durar dois anos.

O distanciamento altamente eficaz poderia reduzir a incidência de SarS-CoV-2 o suficiente para tornar factível uma estratégia baseada em rastreamento de contatos e quarentena, como na Coreia do Sul e Cingapura”, escrevem eles. Do contrário, esforços de distanciamento menos eficazes “podem resultar em uma epidemia prolongada de pico único, com a extensão da pressão sobre o sistema de saúde”.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Giovana Girardi.