Ao longo dos últimos meses, participei de votações com impacto significativo na saúde como o programa Pró-Santas Casas e Entidades Filantrópicas e, recentemente, as atribuições dos agentes comunitários de saúde e de combate a endemias. A cada votação, o cumprimento do dever e a consciência de que há muito a ser feito para possibilitar à nossa população o acesso à saúde com qualidade. Num período de crise pela qual passamos, dados da ANS (Agência Nacional de Saúde) mostram que, só no ano de 2016, cerca de 1,4 milhão de brasileiros deixou seus planos de saúde para utilizar o SUS. Logo, a demanda por atendimento cresceu significativamente.
Se já tínhamos problemas a serem resolvidos, o contexto político econômico atual os acentuou, exigindo de cada ente federado – União, Estados e Municípios – responsabilidade na gestão para garantir eficiência no atendimento público de saúde.
O constante contato com a população, prefeitos e gestores de saúde que mantenho ao longo desse um ano de mandato na Câmara dos Deputados me permite confirmar claramente necessidades como revisão da tabela SUS; recursos do teto MAC; ambulâncias; veículos para transporte de pacientes; falta de médicos em várias cidades como também retaguarda com leitos hospitalares e, em especial, de UTI. Demandas reprimidas para realização de exames diversos, de mamografia, tratamentos oncológicos e cirurgias oftalmológicas também são reais.
No que compete ao mandato, trabalho para garantir que o Governo Federal, detentor da maior fatia dos tributos, cumpra com sua parte. A cobrança é sistemática. E temos colhido resultados positivos ao destravar trâmites e, consequentemente, concretizar repasses de recursos para manutenção de serviços como UPAs, SAMU e equipamentos necessários aos procedimentos.
No entanto, a cada escândalo de corrupção, a cada desperdício de dinheiro público, ausência de critérios técnicos para cargos de gestão, identifico verdadeiros entraves para consolidação do nosso Sistema Único de Saúde – SUS – o que, por sua vez, revela a desumanidade por parte de alguns indivíduos que insistem em tais práticas danosas, como também indivíduos desumanos devido a incapacidade de perceberem que seus atos intensificam o sofrimento de milhares de pessoas.
Em meio a votações, estudos e a realidade posta, defendo que junto às medidas preventivas de doenças se faz necessário colocar em prática as medidas anticorrupção. Prevenir e combater a corrupção para promoção da saúde é emergencial.
Por Pollyana Gama – Deputada Federal
15/12/2017