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domingo 24 novembro 2024
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Embraer propõe retirada de direitos e zero de reajuste salarial

Em meio à Campanha Salarial dos metalúrgicos, a Embraer quer congelar salários e retirar direitos dos trabalhadores de suas fábricas em São José dos Campos. A proposta patronal foi apresentada ontem, quarta-feira, dia 11, durante negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas.

Nas negociações, a Embraer e outras cinco empresas do setor aeronáutico estão sendo representadas pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Essas empresas são Latecoere, em Jacareí, e Sonaca, Pesola, Alestis e Aernnova, em São José dos Campos. Juntas, as seis fábricas contam com 14.500 funcionários.

A proposta patronal é o pagamento de um abono de R$ 2.500 para os trabalhadores da Embraer e R$ 1.000 para as outras empresas do setor. Os salários teriam zero de reajuste. Não haveria nem mesmo a correção pela inflação.
Além de tentar congelar salários, o grupo patronal quer ainda acabar com o direito à estabilidade no emprego para lesionados. Essa cláusula faz parte da Convenção Coletiva da categoria metalúrgica desde a década de 1970. A Fiesp também propôs a liberação da terceirização irrestrita nas fábricas.

Todas as propostas foram rejeitadas na mesa de negociação pelo Sindicato, que já vem realizando assembleias nas fábricas do setor aeronáutico.

Esta semana, já aconteceram assembleias na Embraer da Av. Faria Lima (terça-feira, dia 10) e na unidade de Eugênio de Melo (quarta-feira, 11).

Nas duas plantas, o Sindicato alertou os trabalhadores para a necessidade de se mobilizar por aumento real de salário e renovação de direitos. No ano passado, a Embraer aplicou apenas a inflação sobre os salários e não assinou a Convenção Coletiva.

“Esta proposta é uma afronta à nossa categoria. A Embraer já está seguindo a cartilha da Boeing, que pratica a precarização do trabalho em todas as suas plantas. O Sindicato não vai aceitar a retirada de direitos. Vamos organizar os trabalhadores e pressionar os empresários”, afirma o diretor do Sindicato André Luis Gonçalves, o Alemão.