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quinta-feira 19 dezembro 2024
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Em São Paulo, salões, barbearias e academias permanecem fechados

Governador diz que segue recomendações do comitê estadual de saúde

O governador de São Paulo João Doria disse ontem, dia 13, que academias e salões de beleza permanecerão fechados no estado, como medida para conter a disseminação do novo coronavírus. Apesar de decreto presidencial colocar esses tipos de estabelecimento como serviços essenciais e assim permitir a reabertura durante a quarentena, Doria argumentou que a suspensão do funcionamento segue orientação do comitê de saúde estadual.

O secretário de saúde de São Paulo [José Henrique Germann] e nosso comitê de saúde nos indicam que ainda não temos condições sanitárias seguras para autorizar a abertura de academias, salões de beleza e barbearias neste momento. Respeitamos todos esses profissionais, mas nosso maior respeito por esses profissionais é garantir suas vida”, disse o governador.

Segundo o diretor do Instituto Butantan e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Dimas Covas, a decisão se baseou no fato, por exemplo, de que academias são ambientes de grande presença de secreções, o que facilita a infecção pelo novo coronavírus. “Com relação às academias, ela é um local onde as secreções são abundantes. E outro ponto importante: quem faz exercício físico de máscara é muito difícil de respirar.

Além disso, a máscara umedece muito rápido, deteriorando a qualidade de proteção da máscara. E em terceiro, para higienizar esse ambiente, isso teria que ser feito a cada uso. E isso é muito complicado do ponto de vista sanitário”, argumentou.

Já com relação aos salões de beleza, Dimas Covas relatou que o problema principal é a proximidade entre cliente e profissional. “O contato físico é muito próximo. Ela vai tocar na pessoa [cliente]. Ela vai tocar no rosto da pessoa, nos cabelos da pessoa. Do ponto de vista de controle da infecção, essas são situações de risco”, falou ele.

Medidas
O governador anunciou hoje a liberação de R$ 30 milhões, a partir de amanhã, para abertura de 350 novos leitos na Baixada Santista para tratamento dos casos do novo coronavírus. Desse total, 50 são de unidades de terapia intensiva (UTI).

Os leitos serão abertos nas cidades de Santos, Praia Grande e Itanhaém. Segundo o governo paulista, a Baixada Santista é hoje a segunda região do estado com mais casos de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Fica atrás apenas da região metropolitana.

O estado paulista tem, até o mais recente boletim divulgado, 51.097 casos confirmados de covid-19, e 4.118 pessoas mortas por complicações da doença . Há 3.703 pacientes internados em UTI e 5.950 em enfermarias. A ocupação de leitos de UTI em todo o estado está em torno de 68,3%, enquanto na Grande São Paulo está em torno de 87,2%.

Isolamento
Já a taxa de isolamento social em todo o estado permanece baixa, segundo padrões estipulados pelo governo. Ontem (12) ela atingiu apenas 47%, bem abaixo do valor mínimo considerado como satisfatório pelo governo paulista, de 55%.

Respiradores
Segundo o secretário de governo e vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, São Paulo fez, até este momento, três compras de respiradores e aguarda pela chegada deles para conseguir aumentar a quantidade de leitos disponíveis para tratamento do novo coronavírus. “Temos hoje três compras realizadas, uma delas na indústria nacional feita no início da pandemia em que as entregas estão programadas para os meses de maio, junho e julho. Já chegaram lotes de respiradores e eles foram colocados imediatamente em uso. No final de semana, por exemplo, teve 20 novos respiradores para a capital”, explicou Garcia. Esse contrato teve o investimento do governo paulista de US$ 2,5 milhões.

Outra compra, segundo ele, foi feita na China. “Ela foi repactuada de 3 mil respiradores para 1.280 porque essa era a capacidade de entrega da indústria até a primeira semana de junho. Então ficamos com aquilo que era necessário no tempo da epidemia de São Paulo”. Esse contrato, segundo Garcia, que era de US$ 100 milhões, foi reduzido para US$ 44 milhões.

Já a terceira compra, explicou o secretário, é de mil respiradores chineses, mas adquiridos em Londres [Inglaterra]. Esse contrato, segundo o vice-governador, teve o investimento de US$ 20 milhões. Com isso, o total de respiradores adquiridos por São Paulo é de 2.530 respiradores, dos quais 1.150 serão entregues em São Paulo até o dia 20 de maio.

O governador João Doria ainda acrescentou que o governo paulista solicitou mais 200 respiradores ao Ministério da Saúde, ainda sem previsão de entrega.