Em contato feito logo após o ato de sua posse na casa, parlamentar fala com vice-governador Rodrigo Garcia sobre o AME de Taubaté
“Nós temos na cidade de Taubaté o AME pronto para inaugurar, [mas está] travado. Não sabemos quais são os motivos pelos quais ele ainda não foi inaugurado para atender uma população que não somente sofre o impacto dessa pandemia, mas também sofre com as outras doenças, que não deixaram de existir”, afirmou Padre Afonso Lobato, em seu discurso de posse na Assembleia Legislativa, na manhã dessa sexta-feira, 09.
Logo após o ato, ainda no gabinete da presidência da Alesp, o deputado conversou por telefone com o vice-governador Rodrigo Garcia e deixou pré-agendada uma reunião na próxima semana para tratar do assunto, possivelmente com a participação do secretário de Saúde de Taubaté, Mário Peloggia, que será convidado por ele. Padre Afonso disse que a saúde pública será sua principal prioridade nos seis meses de mandato que terá pela frente, em substituição a Fernando Cury, afastado do cargo sob a acusação de importunação sexual praticada contra a deputada Isa Pena.
Além do combate à Covid-19 e da cobrança pelo funcionamento imediato do AME Taubaté, ele disse que também vai trabalhar para melhorar o atendimento dos pacientes de oncologia, principalmente na região do Vale Histórico. “São muitos os desafios, mas esse serão os principais a serem enfrentados”, afirmou.
SITUAÇÃO DIFÍCIL
A cobrança em relação ao AME Taubaté ocorre um dia após Padre Afonso ter se reunido com dez secretários de Saúde da região de Taubaté, que relataram uma situação de caos na saúde pública, na qual, além da falta de leitos de UTI há também uma grande dificuldade em aquisição de medicamentos e insumos e na contratação de recursos humanos para combater a pandemia.
Peloggia disse inclusive que, caso nenhuma providência seja tomada pelo Estado, ele será obrigado a fechar uma das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da prefeitura, exclusivamente para tratar de pacientes da Covid-19. “Os municípios estão no seu limite”, afirmou.
Uma das principais reivindicações desses municípios para os quais Taubaté é referência, é que o AME seja inaugurado imediatamente para atender à demanda de especialidades, sua principal finalidade, o que seria importante até mesmo para desafogar os demais equipamentos.
Os secretários dos municípios de Taubaté, Redenção, Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga, Lagoinha, Tremembé, Pindamonhangaba, Campos do Jordão, Santo Antonio do Pinhal e São Bento do Sapucaí, presentes à reunião, também querem que o Estado providencie a instalação de leitos de UTI em Pindamonhangaba e Campos do Jordão e sugeriram que o Hospital São Lucas, em Taubaté, seja transformado em hospital de campanha. Eles reclamaram ainda da falta de vacinas para cumprir todas as metas de vacinação do calendário estabelecido pelo Estado.
O secretário de Saúde de Redenção da Serra, Benedito Ramos, por exemplo, reclamou que a estimativa de doses foi feita com base no censo de 2010. “Isso resulta num déficit de pelo menos 150 doses no município até o momento”, afirmou.
Padre Afonso disse que vai levar essas demandas ao Governo do Estado, devendo acionar a Secretaria de Saúde para dar uma resposta aos municípios. “Já estou com todos os contatos com os quais devo falar e na próxima semana vou trabalhar firme nisso”, afirmou.