Os partidos majoritários já estão se mexendo, pensando nas eleições de prefeito e vereadores, em outubro do ano que vem, como uma prévia para daqui a quatro anos, nas distantes eleições presidenciais.
Aqui no Vale do Paraíba, ex-prefeitos e ex-deputados, bem como políticos hoje com mandato, estão se arvorando em antecipar-se aos fatos, procurando aqueles que eles julgam poderem ser bons de votos para saírem candidatos, ano que vem.
Em Taubaté, certo, mas certo mesmo, será candidatura de Saud a um repeteco no Palácio Bom Conselho, atrás da cadeira em que ele se senta hoje e que é a mais espinhosa na cidade. Ainda mais agora, depois de inúmeras crises, ainda insolúveis, na saúde, na limpeza urbana, na iluminação pública.
Mas o pior já parece ter passado. Menos gente hoje reclama que a saúde não funciona…ou que o Saud não funciona (desculpem o trocadilho). Neste último domingo, a UPA do centro da cidade estava lotada. Explica-se porque é um dos postos onde ainda se acha algum atendimento. Um munícipe disse ao DT que buscou atendimento e que encontrou, fora a demora, havia quatro médicos nas consultas e era possível fazer todos os exames. O que havia de errado era o aparelho de raio x estar quebrado e seria necessário ir, de ambulância, à UPA do Cecap, para fazer a radiografia. Entretanto, isto nem precisou ser feito, porque por ali mesmo encontraram um raio x portátil, que resolveu bem o problema. Esse munícipe esteve na UPA por 10 horas, mas saiu medicado e bem.
Entretanto, na sala de espera, várias pessoas em busca de assistência ainda reclamavam. “A saúde em Taubaté está um caos”, era a tônica das opiniões. Uma voz, entretanto, surgiu entre elas, dizendo que uma de suas irmãs estava morando nos Estados Unidos e que lá não tem SUS, é tudo pago, e tudo muito caro.
Mas esta mesma moradora dos States saiu do Brasil para morar com um filho, e lá fazia o trabalho de faxineira. Faxineira. E que fatura 200 dólares por faxina. Ou seja, 1 mil reais por dia! “E lá não é que nem aqui, que tem que jogar água, esfregar chão, fazer serviço pesado. Lá, joga—se uma espuma nos móveis e paredes, no banheiro e na casa toda, e limpa-se com lencinho umedecido!”- comentário da brasileira.
Qual realidade você, leitor, prefere? Ser faxineira lá ou ser secretária em fábrica (como era o caso dela no Brasil)? Eu prefiro ficar aqui. E fazer que nem os argentinos, ontem: na hora de votar, preferir dos males, o menor.
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por Iára de Carvalho