• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
O serviço de evangelização infantojuvenil promovido pelo Centro Espírita requer dos seus colaboradores conhecimentos específicos, propiciando uma metodologia dinâmica e criativa, e isso só é possível se coordenadores e evangelizadores estudarem e apreenderem a pedagogia e a educação espíritas. Assim, eles devem não apenas estudar a Doutrina Espírita, mas também se capacitarem com noções de psicologia e pedagogia, pois apenas a boa vontade não basta, embora ela seja importante.
Uma sala de aula sem atrativos, onde as crianças têm que ficar sentadas em cadeiras de adultos, em volta de uma mesa que serve para a realização de reunião mediúnica, é um ato não pedagógico, mostrando que os colaboradores pouco sabem de didática, de prática de ensino e de processo ensino-aprendizagem, o que acarreta vários dissabores como a inquietude das crianças, considerada equivocadamente, nesse caso, como indisciplina. E além de tudo isso, temos também o tempo dedicado à tarefa evangelizadora, muitas vezes restrita a 30 ou 40 minutos semanais, tempo esse que pouco permite para o bom desenvolvimento do processo educativo.
É assim que temos tido oportunidade de realizar palestras, seminários e cursos sobre educação espírita, além de escrever sobre o assunto, o que já rendeu dois livros específicos: Visão Espírita da Educação e Prática Educativa para Pais e Educadores, neste último apresentando o Projeto Educação do Espírito, numa proposta educacional ligada ao desenvolvimento de projetos, utilizando a metodologia de grupos de pesquisa e elaboração de conhecimentos em espaços que denominamos de Espaço de Aprendizagem Coletiva, ou Sala de Trabalho.
É uma proposta ligada aos modernos conceitos pedagógicos, tendo por base experiências escolares bem sucedidas, na visão de um novo paradigma para uma nova era da humanidade, quando homens e mulheres deverão estar mais sintonizados com sua realidade espiritual e reencarnatória, e vivendo as lições evangélicas através de um comportamento ético, virtuoso e solidário.
Para que tudo isso possa acontecer, insistimos, os evangelizadores e demais colaboradores precisam estudar, precisam acreditar no que fazem, e que somente a educação moral, a grande tese espírita, pode regenerar a sociedade humana. Para isso o Centro Espírita deve privilegiar o estudo e a evangelização, e também trabalhar os pais e responsáveis, pois a educação integral requer a união da família e da escola.
Educar, em sua essência, é amar e permitir que o educando desenvolva suas virtudes para ser uma pessoa do bem, colocando a inteligência em equilíbrio com o sentimento, única maneira de mais rapidamente alcançarmos o patamar de mundo de regeneração, e nisso a evangelização espírita de crianças e jovens possui um papel fundamental, de muita importância.
Conclamamos os evangelizadores espíritas, os professores espíritas, os pais e responsáveis e os educadores espíritas em geral para compreenderem e se comprometerem com esse serviço propiciado pelo Centro Espírita, conforme os princípios que alicerçam o Espiritismo. Educar é salvar, ou seja, é tirar o Espírito do lodo dos vícios e da ignorância e colocá-lo vencedor de si mesmo e da vida material, permitindo que ele chegue com mais segurança e rapidez ao seu destino: a perfeição. Se isso fizermos, o mundo encontrará a tão sonhada paz e justiça social.
Educar-se para educar
jul 20, 2019Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Educar-se para educarLike