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quinta-feira 9 janeiro 2025
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E a educação, como fica?

• Marcus De Mario

Uma amiga, toda feliz, veio conversar a respeito de sua filha com três anos de idade. Feliz por constatar que a mesma é muito inteligente, acima da média, mostrando grande desenvoltura de palavreado, raciocínio e domínio das tecnologias de informação. E arrematou: “Tenho certeza que ela é um espírito superior reencarnado para fazer nosso planeta mais rapidamente ser um mundo de regeneração”. Ouvindo essa a¬rmação, ousei perguntar: “A menina é obediente, mostra bons pendores de caráter?”. A resposta foi negativa, revelando muitos dissabores domésticos, pois era uma criança respondona, às vezes malcriada, cheia de exigências. Diante desse quadro, ¬ fizemos uma advertência: “Então ela não é esse espírito que você está pensando ser, pois se fosse teria uma bondade natural, sua inteligência estaria acompanhada pelo desenvolvimento moral. Como isso não acontece, trate de educar, de dar limites, de disciplinar, de exercer sua autoridade moral enquanto mãe, pois se isso não for feito, o amanhã poderá trazer tristes consequências”.
Temos que tomar muito cuidado com o encantamento da inteligência, quando vemos crianças dominando o celular com destreza ou publicando na internet, pois inteligência não é sinônimo de moral. Em educação precisamos observar com atenção para detectar os pendores de caráter, pois inteligência sem ética pode gerar graves males para a sociedade. Por esse motivo Allan Kardec advertiu que os pais e os educadores em geral devem combater as más tendências que porventura o espírito esteja trazendo pelas portas da reencarnação.
O ensino dos Espíritos Superiores é pela realização da educação moral, aquela que cria bons hábitos, que gera a bondade, que leva o educando ao exercício de uma cidadania ética, fazendo ao outro somente o que gostaria que o outro lhe ¬ fizesse, como tão bem ensinou e exempli¬ficou Jesus, nosso guia e modelo, nosso Mestre.
Mas, pelo que parece, ainda não entendemos a importância da educação, confundindo-a com muitas outras coisas que desviam a família e a escola de suas ¬ finalidades como instituições educadoras por excelência, instituições sociais que devem moralizar e espiritualizar as crianças e jovens, objetivando termos um mundo melhor no futuro.
Alguém dirá que moralizar é uma ação exclusiva da família, e que espiritualizar é com a religião. Assim sendo, à escola caberia apenas a instrução intelectual. Esse pensamento, dicotomizando a educação, é perverso. Família, religião e escola precisam se dar as mãos, compartilhando saberes e ações para a formação integral do ser imortal que somos, visando o estabelecimento de uma sociedade mais harmônica, que procure a cooperação no lugar da destruição, que não admita mais a existência da injustiça social com seu cortejo de malefícios para o ser humano.
Com o Espiritismo compreendemos a importância da educação moral, do relevante papel dos pais na educação dos filhos, da responsabilidade dos professores no desenvolvimento salutar das novas gerações. A educação deve ser prioridade.
Fiquemos atentos aos espíritos que estão reencarnando. Eles ainda são necessitados de educação, tanto quanto nós. Se não os educarmos, o que esperar do futuro da humanidade? Pensemos seriamente nisso, pois o amanhã está em nossas mãos, e responderemos perante Deus pelo que fizemos com as novas gerações.