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quarta-feira 27 novembro 2024
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Duas mulheres curadas por Jesus

• Roni Ricardo Osorio Maia – Volta Redonda (RJ)
Apresentaremos uma adaptação de um assunto comentado em nosso livro Lenitivo à dor (Ed. Nova Consciência), capítulo Como sofrer? Sobre duas mulheres citadas nos Evangelhos e curadas por Jesus: a curvada e a hemorroíssa.
Em A Gênese – Capítulo XV – Os Milagres do Evangelho, encontraremos as curas realizadas por Jesus; foram muitos os seres agraciados com o alívio de seus sofrimentos e se libertaram de infortúnios por meio da cessação da dor operada pelo Médico das Almas.
Elas representam a resistência e a fé como aquisições primordiais à renovação de toda criatura. Relembraremos o Codificador nas suas explicações sobre o milagre na visão espírita, o qual não é um efeito sobrenatural, e sim um processamento de fluidos manipulados pelas propriedades que o contêm e como força operante da própria natureza, através dos atributos de um médium curador, este, retira do fluido universal, constitutivo de seu corpo e perispírito, juntamente com a vontade pura em processar a cura, daí, irradiará fluidos de forma a recompor a matéria de um corpo doente. O Cristo, pela peculiaridade espiritual superior aos demais, dominava a matéria e os fluidos constituídos pela mesma; apresentava-se superior às constituições comuns do perispírito de um médium curador. Ele não se valia dessa caracterização devido o médium intermediar os espíritos. Segundo o Mestre de Lyon, Jesus, era diretamente regido por Deus, nas suas operações. A mulher curvada por dezoito anos (Lc, 13 – 10:17) estava em uma sinagoga, onde Jesus pregava em um sábado. A postura encurvada devia-se a um mau espírito a dominá-la por tantos anos, e assim mostrava-se enferma. O Cristo deparou-se com a mulher, compadeceu-se dela, impôs–lhe as mãos e libertou-a do espírito obsessor; a mulher reaprumada agradeceu a cura recebida, porém, o chefe da sinagoga ficou contrariado por presenciar uma cura no dia em que a tradição obrigava-os a guardá-lo, no caso, o sábado.
Jesus retrucou o agravo, lembrou aos que estavam presentes, de outras tarefas que eles não deixavam de fazê-las, mesmo no dia que deveria ser preservado, como, por exemplo, os afazeres com os animais que os serviam. Tal opinião dividiu o povo, uns maravilhados com a cessação da doença daquela mulher, outros, inimigos do Cristo, protestavam, se bem que confusos, com o que presenciaram. Imaginemos o martírio que essa mulher viveu, encurvada, por dezoito anos, sob o domínio do espírito que a dominava de maneira atroz e ferrenha, quantos anos sem olhar para cima e a conviver normalmente com os demais! Ela teve o merecimento do final de sua prova ou expiação, foi-lhe demarcado um encontro com Jesus, naquele dia, comovida louvou a Deus pelo grande bem recebido.
A mulher com perda de sangue por doze anos (Mc, 5 – 25:34, Lc, 8 – 43:48, Mt, 9 – 20:22), neste caso, nós acrescentaremos uma peculiaridade daquele tempo; toda mulher no período menstrual era considerada impura, de acordo com o Antigo Testamento, Levítico (15 – 19:30); também os homens com doença sexualmente transmitida ficavam impuros durante o restabelecimento. Aconteceu à mulher o permanente fluxo hemorrágico, os médicos não conseguiram curá-la, aquela criatura sofria com o problema e reclusa não podia tocar objetos e pessoas para não os contaminarem, conforme a tradição. Hoje em dia sabe-se mais sobre o assunto, a tensão pré-menstrual passou a ser amplamente comentada e debatida, vislumbremos, então, aqueles tempos, quando as mulheres não possuíam espaço na sociedade e eram relegadas aos lares e às famílias; esta mulher, em questão, possuía a dor e o sofrimento em sua convivência por muitos anos. Ela ouvira falar de Jesus, conhecia os efeitos, por Ele operados, nos doentes, tinha uma firme convicção que o Cristo lhe resolveria o grave transtorno, ela perseverava na fé! Imaginou que se tocasse parte da roupa que o Mestre vestia poderia se curar. Ela tomou conhecimento de que Jesus passaria pelas imediações de Cafarnaum, ao vê-lo, no meio da multidão com os discípulos, aproximou-se Dele, com coragem e bastante fé, pôs os dedos nas vestes do Mestre; imediatamente percebeu a cessação do fluxo sanguíneo que a atormentara por tantos anos. Jesus, sábio em suas advertências, sinalizou que alguém o tocara; no meio de tanta gente impossível descobrir quem o fizera. Mas, Ele aproveitaria o momento para enaltecer a crença daquela sofredora, e ela sentiu-se convidada ao testemunho, ajoelhada, revelou-lhes todo o seu drama e dores vivenciados durante um longo espaço de vida. O Cristo ergueu-a e pronunciou que a fé lhe havia curado do mal. Assim, demonstramos que a perseverança aliada à fé, promove a cura, que é o resultado da confiança que depositamos nos desígnios de Deus. Jesus com seu messianismo não recusava a ajudar os que Lhe procuravam; mesmo os incrédulos recebiam dele a mesma atenção. A fé poderá ser compreendida, além de uma crença religiosa, como o crédito e a esperança naquilo que desejamos no tocante à recuperação do ser. Allan Kardec comentou diante dessa passagem do Evangelho que, Jesus, conhecedor profundo da alma, aproveitou a ocasião para enaltecer a fé de cada um. No sentido da cura, o movimento fluídico que se operava d’Ele para a doente, pois, não houve imposição das mãos, nem o contato com a enferma, porém, bastou a irradiação fluídica para se realizar a melhora, como matéria terapêutica o fluido atingiu o organismo a fim de repará-lo, através do poder magnético que Ele detinha, envolto sempre em fluidos vivificantes e reparadores, distribuía-os para os necessitados e combinados pela sintonia vibratória com o desejo sincero de serem curados, um aspecto fundamental, no caso da mulher com a perda de sangue, a fé que ela abastecia dentro de si, favoreceu toda a ação benéfica. Assim, relatamos dentre outras, duas curas na época do messianismo do Cristo, com votos de um feliz natal a todos!