As mudanças climáticas aceleram a sexta extinção Natureza
A biodiversidade mundial diminuiu de forma alarmante em meio século: 42.100 espécies estão em risco de extinção, com as mudanças climáticas sendo a responsável por muitas dessas situações.
“A atividade humana, o consumo de combustíveis fósseis, a acidificação dos oceanos, a contaminação, o desmatamento e as migrações forçadas ameaçam formas de vida de todos os tipos. Estima-se que um terço dos corais, dos moluscos de água doce, dos tubarões e das arraias, um quarto de todos os mamíferos, um quinto de todos os répteis e um sexto de todas as aves estão prestes a desaparecer”. Este impactante parágrafo do livro A sexta extinção (2015), da jornalista e vencedora do prêmio Pulitzer Elizabeth Kolbert, é um bom resumo da situação atual da biodiversidade natural no planeta Terra.
Após a publicação, a comunidade científica começou a discutir e estudar a sexta extinção. As cinco anteriores se desenvolveram nos últimos 450 milhões de anos, devido, fundamentalmente, aos meteoritos e às erupções vulcânicas. A sexta extinção, no entanto, corresponde às ações do ser humano. Um estudo da Universidade de Connecticut (Estados Unidos), publicado na revista Science, indica que as mudanças climáticas estão acelerando o processo de extinção dos animais, já que ela, por si só, causará o desaparecimento de quase 8% das espécies atuais.
Uma prova concreta da redução da biodiversidade natural de nosso planeta pode ser encontrada na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, em suas siglas em inglês). Tal listagem inclui agora 42.100 espécies ameaçadas de extinção das 150.388 avaliadas. Nos oceanos, apenas para dar um exemplo, o aumento da temperatura e a acidificação da água estão transformando os recifes de corais — que, no passado, eram exuberantes prados submarinos repletos de algas, peixes, moluscos e crustáceos — em desertos esbranquiçados.
Cientistas europeus, por sua vez, estudaram a redução da massa de insetos voadores nos parques naturais, e os dados falam por si só: 75% desde 1990.
As mudanças climáticas e os pesticidas aparecem como as principais causas dessa queda significativa. Preocupa, e muito, a diminuição das abelhas. No ano passado, os Estados Unidos perderam 43% de sua população, principalmente devido a parasitas, pesticidas e o aumento do número de eventos climáticos extremos. Quem polinizará as plantas que nos alimentam? De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 100 espécies de cultivos proporcionam 90% dos alimentos à humanidade, e 71% deles são polinizados por abelhas.
Mas, se os seres humanos foram capazes de provocar mudanças tão profundas, eles também devem ter o poder de corrigi-las. A luta contra as mudanças climáticas exige apostar na descarbonização da economia, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. Para isso, nós precisaremos de métodos mais inteligentes e eficientes de produção energética, apostar no consumo responsável e na criação de sistemas de financiamento equitativos entre todas as energias, que não encareçam as energias limpas. (Fonte: Iberdrola com a biodiversidade)