Nadia Misael, médica hematologista da Aliança Instituto de Oncologia, fala sobre benefícios, importância e tipos de doação
Nesta sexta-feira, dia 14 é lembrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data, criada em 2014 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visa homenagear o empenho dos doadores voluntários e conscientizar a população sobre a falta de doadores em todo o mundo. De acordo com o Hemocentro de Brasília, apenas 2,4% dos brasilienses são doadores de sangue. Em 2018, a entidade recebeu mais de 53 mil doações.
Dados recentes mostram que no Brasil 1,8% da população doa sangue, número que está dentro dos parâmetros de pelo menos 1%, mas longe da meta da OMS, que seria de 3% da população doadora.
A médica hematologista Nadia Misael da Aliança Instituto de Oncologia afirma que a doação pode trazer diversos benefícios também para o doador. “Com o gesto nobre, ele pode se orgulhar de poder ajudar muitas pessoas em situação de risco de vida, seja para sair da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), realizar uma quimioterapia ou até mesmo se recuperar de uma cirurgia. Além disso, ele pode ter certeza que a sua saúde está adequada e que a quantidade de células de sangue será reposta ao organismo”.
De acordo com Nadia há dois tipos de doação, por aférese ou doação de sangue total. A modalidade mais comum é a doação de sangue total, na qual, é retirado cerca de 400 a 450 ml de sangue. Neste tipo, o doador não entra em contato com o anticoagulante, diferente da aférese. Essa doação é rápida, dura menos de 10 minutos, com poucos efeitos colaterais.
Menos comum, na doação por aférese o sangue do doador é processado em uma máquina, para isso, é utilizado um anticoagulante. “Nesta modalidade, é retirado um grupo específico de células, apenas as plaquetas ou hemácias”, explica.
Segundo a médica, essa doação demora um pouco, cerca de uma hora ou mais, a depender do acesso venoso do paciente. Ela acrescenta que existe o retorno para o doador de anticoagulante, por isso, alguns pacientes podem ter alguns efeitos colaterais desta medicação. São candidatos a doação por aférese os doadores frequentes com bom acesso vascular.
Nadia destaca que para realizar a doação de sangue é necessária uma entrevista prévia para avaliação da saúde do doador, que precisa ter entre 16 e 69 anos e ainda pesar mais de 50 quilos. “Não é necessário jejum para a doação de sangue”, finaliza.