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sexta-feira 22 novembro 2024
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Dia Mundial da Paz: A boa política está a serviço da paz

“A corrupção, nas suas múltiplas formas de apropriação indevida dos bens públicos ou de instrumentalização das pessoas, é o primeiro dos vícios da política, que são a vergonha da vida pública, fragilizam o ideal de uma autêntica democracia e ameaçam a paz social”, considera o Papa Francisco em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, que se comemora a 1 de janeiro.
O desregramento está também presente na “negação do direito, o não respeito das regras comunitárias, o enriquecimento ilegal, a justificação do poder mediante a força ou com o pretexto arbitrário da razão de Estado, a tendência a perpetuar-se no poder, a xenofobia e o racismo, o recurso de cuidar da terra, a exploração ilimitada dos recursos naturais em vista do lucro imediato e o desprezo por aqueles que foram obrigados ao exílio.
No texto, intitulado “ A boa política está ao serviço da paz “, o Papa Francisco frisa que “não são sustentáveis os discursos políticos que tendem a acusar os migrantes de todos os males e a privar os pobres da esperança”.
“Ao contrário, deve-se reafirmar que a paz se baseia no respeito por toda a pessoa, independentemente da sua história, no respeito pelo direito e o bem comum, pela criação que nos foi confiada e pela riqueza moral transmitida pelas gerações passadas”.
Depois de recordar o ensinamento do Papa emérito Bento XVI e as bem-aventuranças do político, declinados pelo cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Thuan, o documento recorda que “ cada renovação nos cargos, cada período eleitoral, cada etapa da vida pública constitui uma oportunidade para voltar à fonte e às referências que inspiram a justiça e o direito.
Duma coisa temos a certeza: a boa política está ao serviço da paz; respeito e promover os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres recíprocos, para que se teça um vínculo de confiança e gratidão entre as gerações do presente e as futuras, acentua o Papa Francisco. O Papa fala das crianças em zonas de conflito. O testemunho daqueles que trabalham para defender a dignidade e o respeito das crianças é extremamente precioso para o futuro da humanidade.
O Papa Francisco reconhece que confiança na vida política nunca é fácil. Especialmente num tempo marcado pela desconfiança que está enraizado no medo do outro ou do forasteiro, na ansiedade pela perda das próprias vantagens, bem como em atitudes de fechamento ou nacionalismos que lançam suspeitas sobre a fraternidade de que o mundo globalizado tanto precisa.
O texto assinala também o 70 aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a 10 de dezembro, antes de referir que “a paz é uma conversão do coração e da alma” que requer três condições: a paz consigo mesmo, rejeitando a intransigência, a ira e a impaciência, a paz com o outro: o familiar, o amigo, o estrangeiro, o pobre, o atribulado, tendo a ousadia do encontro, para ouvir a mensagem que traz consigo e a paz com a criação.
O Papa salienta que a função e a responsabilidade política constituem um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir o seu país, proteger as pessoas que habitam nele e trabalham para criar as condições dum futuro digno e justo.
Por isso, prossegue, “se for implementado no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, a política pode tornar-se uma verdadeiramente uma forma eminente de caridade.