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sábado 30 novembro 2024
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Dezembro é o mês da campanha de prevenção ao câncer de pele

Dermatologista Carolina Zaparoli explica a importância de um diagnóstico precoce para cura da doença, que é o tipo de câncer mais comum no Brasil
Dezembro é aquele mês de férias, piscina, praia e muito sol. E é também o período escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para sua campanha – Dezembro Laranja – de prevenção ao câncer de pele, o tipo dessa doença mais frequente no Brasil (câncer de pele não-melanoma). De acordo com registros do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele corresponde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no país, com cerca de 180 mil novos casos por ano, o que significa que a cada quatro casos novos de câncer no Brasil um será o de pele. Ou seja, uma questão séria, considerada um problema de saúde pública.
É por isso que a dermatologista do corpo clínico da Centermed Santos e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Carolina Zaparoli, ressalta que todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, pois quando identificados em tempo possuem grandes chances de cura. “Existem os tipos mais letais e os menos letais, porém todos precisam ser avaliados por um especialista. O tratamento correto e em tempo adequado é o que vai oferecer a chance de cura a esse paciente”, salienta.
Conforme explica a especialista, o tipo mais comum de câncer de pele é o não-melanoma, aquele que surge devido à exposição crônica ao sol geralmente em pessoas com mais de 40 anos e que aparece frequentemente em regiões do corpo que ficam mais expostas, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. “Porém, existe também o tipo melanoma, que é menos frequente, mas apresenta um alto índice de mortalidade, e por isso o diagnóstico rápido e correto é tão importante”, observa.

Segundo a SBD, os casos de câncer de pele não-melanomas, também conhecidos como carcinomas e que correspondem a 90% dos tipos existentes, provocam cerca de 1900 óbitos a cada ano no país. O menos comum, o melanoma, tem uma incidência muito menor, porém é extremamente agressivo e causa quase que o mesmo número de mortes do tipo que é muito mais comum – mais de 1700 óbitos anualmente.

E uma das causas para o aparecimento de câncer de pele, todos conhecem: a exposição ao sol em excesso. É por isso que o alerta vem em dezembro, mês da entrada do verão e de mais exposição, mas mostrando que os cuidados devem acontecer todos os dias do ano. “Precisamos sempre nos questionar: como estamos nos expondo diariamente aos raios solares? Meus filhos também estão protegidos quando vão brincar ao ar livre? É necessária atenção diária”, enfatiza a dermatologista Carolina Zaparoli.

Sintomas do câncer de pele

De acordo com os especialistas, o câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões na pele. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas ou não, é muito importante. “Mas somente o exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele”, ressalta a dermatologista.

A médica mostra ainda alguns sintomas aos quais devemos nos atentar: lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; ou mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento. “Um exame preventivo é sempre importante, mas se esses sinais citados estiverem mais visíveis, é necessária uma ida rápida ao dermatologista”, recomenda.

Maior risco ao câncer de pele

Como a incidência da radiação ultravioleta está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os tipos de pele devem estar atentas e se proteger quando expostas ao sol. Porém, existe aqueles grupos de maior risco, que, segundo a especialista da Centermed, são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além dessas, as que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

Veja abaixo os fatores de risco para cada tipo de câncer de pele, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca):

O que aumenta o risco de câncer de pele do tipo melanoma:

Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioleta UV), principalmente na infância e adolescência.
Exposição a câmaras de bronzeamento artificial.
Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.
Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.
O que aumenta o risco de câncer de pele não-melanoma:

Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioleta UV), principalmente na infância e adolescência.
Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.
Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.

A prevenção é essencial

Prevenção é sempre um ato de amor próprio. Por isso, todos os especialistas enfatizam a necessidade de exames preventivos e atitudes saudáveis para manter o equilíbrio da saúde em todas as áreas. E com a pele não deve ser diferente, afinal ela é o nosso maior órgão e também precisa de cuidados. Confira abaixo, algumas orientações da dermatologista Carolina Zaparoli para a prevenção ao câncer de pele:

Use chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
Evite a exposição solar e permaneça na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
Na praia ou na piscina, use barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
Use filtro solar diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilize um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. É importante reaplicar o produto a cada duas horas ou menos quando estiverem em atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplique uma boa quantidade pela manhã e reaplique antes de sair para o almoço.
Observe regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
Mantenha sempre bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses e existem os específicos para crianças.
Consulte um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo e preventivo.

Dentro da campanha de prevenção ao câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, uma das ações que assume maior relevância ocorrerá no dia 7 de dezembro, quando cerca de quatro mil médicos dermatologistas e voluntários prestarão atendimento gratuito para diagnóstico do câncer de pele, em cerca de 130 postos espalhados pelo Brasil.