• Waldenir Cuin – Votuporanga/SP
“Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará.” (Paulo, Efésios, 5:14)
Vivemos um momento extremamente delicado, pois em nenhuma época da humanidade o homem foi tão insistentemente convidado a usufruir a vida material como agora, sem pensar em escrúpulos morais – a lei do “tudo pode”.
Crescem, vorazmente, em nosso âmbito, os apelos ao imediatismo, como se a nossa passagem pelo planeta fosse acontecimento único. Aliás, a criatura humana tem atentado pouco para os reais valores da existência terrena, preferindo seguir seus dias numa indiferença absoluta, em que a preocupação em levar vantagem em tudo tem superado a necessidade do equilíbrio, nascedouro do que é decente, nobre, sublime e belo.
A posse de valores materiais nunca esteve tão em moda. O culto à beleza corporal ganha adeptos quotidianamente. A vontade de se dar bem usando seja qual método for, encontra ressonância nos corações e nas mentes desajustadas. O uso promiscuo do sexo é uma realidade inconteste. Caminha, portanto, o homem dormindo para a seu real e inquestionável finalidade: ser feliz.
De forma alguma estamos proibidos de viver confortavelmente, desde que tenhamos adquirido essa comodidade honestamente, de cuidar do nosso corpo, pois que ele é a morada do Espírito imortal, mas, obviamente, um zelo na dose certa, desejando conquistar posições, valores, notoriedade, sempre que para tal não prejudiquemos ninguém, de fazer uso do sexo, mas dentro dos limites do razoável e da dignidade. Aquilo que excede, que ultrapassa as raias do equilíbrio será sempre condenável e deletério, trazendo consigo a romaria de sofrimento, decepções e dores inerentes aos descuidos praticados.
Quando Paulo sugere o despertamento aos efésios, em carta escrita àquele povo, deixou uma valiosa lição à humanidade inteira, para todas as épocas. Vale, portanto, para os tempos atuais. Os dramas e tragédias estampados no meio social em que vivemos bem dizem da premente necessidade de acordarmos para as definitivas finalidades da criatura humana, em todos os quadrantes do Universo; o inadiável esforço para superar limites, saindo da casca dura do egoísmo e do orgulho, para vislumbrar a imperiosa necessidade de conquistar valores espirituais, definitivos, eternos, pois que as realizações e conquistas pertencentes ao corpo são efêmeras, passageiras, quase sempre deixando as marcas do vazio e do tempo perdido.
Vivamos no mundo, mas procurando espiritualizar cada ação, cada ato, cada comportamento. O gozo material, a beleza física e a sexualidade têm suas valiosas funções quando exercidos nos padrões do equilíbrio, mas abrem portas enormes para o sofrimento quando passam a ser a prioridade das nossas vidas. Portanto, a mensagem de Paulo, valiosa para os nossos dias, deve ser meditada, refletida, estudada e analisada, para que tenhamos a certeza de que estamos vivendo dignamente, pensando no hoje, sem esquecer, evidentemente, o amanhã, pois mais cedo ou mais tarde seremos convidados a deixar este mundo e nos instalaremos na Pátria Espiritual e lá, pela lei de causa e efeito, seguiremos com os valores que conseguirmos por aqui. Se bons, a alegria nos encherá o coração; se ruins, carregaremos o peso da imprevidência e da irresponsabilidade.
Desperta, tu que dormes! Quer dizer: abre os olhos e vê o que é real e não o ilusório e o fantasioso. Levanta-te dentre os mortos, isto é, sai da procissão daqueles que nada querem de útil e definitivo. O Cristo te iluminará, significa dizer: colherás do que plantou. Jesus sempre trabalhou em favor daqueles que se esforçam para crescer moralmente.
Na vida terrena, muitas vezes podemos muito, mas será preciso perguntar se esse muito nos convém. Reflitamos.
Desperta, tu que dormes!
nov 01, 2019Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Desperta, tu que dormes!Like
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