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sexta-feira 8 novembro 2024
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Dados da plataforma “Pelas Águas do Parahyba” revelam diversidade de ações de Educação Ambiental na Bacia do Rio Paraíba do Sul

Uma ampla visão do que tem sido feito em relação à Educação Ambiental nos municípios da região é o que revelam os dados coletados pela plataforma digital “Pelas Águas do Parahyba”, criada para levantar informações para o Plano de Educação Ambiental e Mobilização Social na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (PEAMS). Até a semana passada havia sido cadastradas 158 iniciativas.

Os dados demonstram que a maior parte dessas ações é de iniciativa da sociedade civil, por meio de organizações não governamentais e outros tipos de organizações sem fins lucrativos ou por pessoas físicas: de 158 projetos da plataforma, 88 se enquadram nessa categoria e representam 56% do total.

Já o Poder Público, em especial prefeituras e escolas – apenas três particulares – respondem por 40%, o que equivale a 66 cadastros. A iniciativa privada é a menos presente, com apenas sete projetos ou 4% do total.

Outro dado interessante é que, no geral são mais de 400 mil pessoas foram impactadas de alguma forma pelas atividades de Educação Ambiental desenvolvidas nesse território nos últimos 15 anos, sendo 15.065 no meio rural e 391.276 nas cidades.

Os dados coletados pela plataforma foram tabulados e estão sendo analisados pela equipe técnica do PEAMS como um dos índices que fundamentam o diagnóstico da Educação Ambiental na região, que está em andamento. Na próxima etapa essas e outras informações servirão de subsídios para o diálogo com a comunidade visando construir democraticamente o futuro Plano.

Iniciativas têm ações diversificadas
Dentre as 158 iniciativas já cadastradas na plataforma, é possível identificar práticas e ações de Educação Ambiental interessantes, com foco em temas e públicos diversificados, desenvolvidas na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.

O projeto Ecoficina, da Fatec de Jacareí, por exemplo, desenvolve diversas atividades em escolas e com a comunidade, como a realização de oficinas. Numa delas, ensina o uso da geotinta, tinta ecológica feita com terra, água de chuva e aglutinante natural, desenvolvida por alunos do curso de Tecnologia em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, na disciplina de Educação Ambiental, com custo bem mais barato.

Em Redenção da Serra, o fotógrafo Celso Custódio já registrou e catalogou mais de 160 espécies de aves que vivem ou estão de passagem pelo município ou no seu entorno. O projeto “Aves de Redenção”, que tem 11 anos e já registrou exemplares raros, é uma iniciativa pessoal do fotógrafo, que se diz apaixonado pela Natureza e pelas aves.
Celso conta que num de seus registros conseguiu fotografar o maçarico-de-perna-amarela –
(Tringa flavipes), ave que costuma migrar do Canadá para a Terra do Fogo, quando é Inverno na América do Norte. Ele percorre 15.000 km, cruzando o Brasil e parando para se alimentar em regiões alagadas.

Já em Cunha, o projeto “Sabores e Saberes do Pinhão”, desenvolvido pela Ong Serra Acima, mescla a gastronomia com a preservação ambiental. A proposta nasceu por iniciativa de moradoras de vários bairros na zona rural que participam ativamente na coleta, escolha e comercialização do pinhão. Da troca de receitas de pratos feitos com esse produto, surgiu a publicação de um livro que traz também histórias sobre esse produto, abundante naquela região.

 

Há iniciativas que focam a captação de água de chuva, hortas comunitárias, viveiros-escola e atividades que aliam a preservação do meio ambiente com a geração de renda, a exemplo do projeto desenvolvido pelo Instituto H&H Fauser, de Paraibuna, que visa oferecer uma alternativa de renda a produtores rurais, com o cultivo sustentável do cambuci, fruta endêmica da região da serra do Mar.

A proposta de estimular essa atividade tem como objetivo não só torna-la uma al¬ternativa de renda, mas também contribuir para a preservação da Mata Atlântica. Além de aumentar o plantio da fruta, o projeto ainda inspirou a criação do Festival do Cambuci, evento gastronômico anual, no qual a fruta é o principal ingrediente.

PEAMS
O PEAMS, que teve início em outubro do ano passado, está sendo desenvolvido pelo Instituto H&H Fauser (executor) e pelo Instituto Chão Caipira (tomador), ambos sediados em Paraibuna, com vasta atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e cultura. A iniciativa é do Comitê de Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul (CBH-PS), através da sua Câmara Técnica de Educação Ambiental e Mobilização Social, com financiamento do Fehidro.