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sábado 30 novembro 2024
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Cunha abre 2º Festival de Arte Vale do Paraíba em homenagem ao artista Elpídio dos Santos

Renato Teixeira é um dos artistas confirmados para o evento que reunirá várias atividades em um único dia
A Estância Turística de Cunha vai abrir o 2º Festival de Arte Vale do Paraíba- Tributo a Elpídio dos Santos, no dia 24 de março, com uma extensa programação, todas gratuitas, para dar acesso a diferentes públicos e de segmentos culturais variados.

O evento é uma homenagem ao maestro e compositor Elpídio dos Santos, referência da cultura popular brasileira. Nascido em São Luis do Paraitinga, o artista é autor de um vasto acervo musical com inúmeros sucessos interpretados por grandes artistas, e ficou conhecido como o principal compositor das trilhas sonoras dos filmes de Amácio Mazzaropi. Porém, sua atuação é muito mais abrangente, foi um grande agitador cultural e compôs músicas que valorizam o campo e o interior, como Casinha Branca e Lá no Pé da Serra.

A característica multicultural do artista está presente na segunda edição do Festival – a primeira foi realizada em 2009 no centenário de nascimento de Elpídio – que foi concebida com o propósito de mostrar às novas gerações a riqueza do acervo artístico e cultural do Vale do Paraíba. Por isso, o evento, que começa em Cunha, depois percorre as cidades de Santo Antônio do Pinhal, São Luiz do Paraitinga e Taubaté.

“O Vale vai respirar arte, serão mais de 50 artistas, quatro dias de apresentações, mais de 40 horas de atividades, com ações culturais e artes variadas, contribuindo para a preservação da cultura local, formando novos públicos para a música brasileira e, principalmente, disseminando a obra do grande artista Elpídio dos Santos”, explica Ivete Nenflidio, diretora de produção da In Totum, organizadora do Festival.

A segunda edição do Festival conta novamente com a participação de Renato Teixeira, outro artista do Vale, tão articulador quanto Elpídio, e também envolvido com múltiplas linguagens na esfera cultural brasileira. Sua proximidade e admiração pela obra de Elpídio, além de inúmeras gravações, rendeu uma faixa especial no CD “30 anos de Romaria“, quando homenageou Elpídio com a gravação da canção “Casinha Branca”.

Além do show de Renato Teixeira que subirá ao palco com o Coletivo Música Taubateana, a programação do Festival reunirá também shows, oficinas, apresentações de danças e de outras atividades culturais. O público da cidade e os turistas poderão conferir as danças folclóricas dos grupos Jongo Crioulo Taubaté e Maracatu Baque do Vale; participar das oficinas de construção de cabeças gigantes em papel machê, ministrada por Benito Campos, e de construção de instrumentos musicais com materiais recicláveis, conduzida por Flavio Itajubá; ouvir a contação de causos do folclore regional de Moreno Overá; e assistir ao do Grupo Paranga com Chico Teixeira.
Programação do 2º Festival de Arte Vale do Paraíba – Tributo a Elpídio dos Santos

24 de março – Praça da Matriz

9 horas – Oficina de cabeça gigante em papel machê

11 horas – Maracatu Baque do Vale

14h – Oficina de instrumentos musical com material reciclado

15h – Viola, causo e prosa com Moreno Overá

17h – Jongo Crioulo Taubaté

20h – Show do Grupo Paranga e Chico Teixeira

21h – Show de Renato Teixeira e Coletivo Musica Taubateana

Mais Informações sobre o Festival acesse:

www.tributoaelpidiodossantos.com

Sobre Elpídio dos Santos:

Nascido no Vale do Paraíba estudou música e escolheu o violão como instrumento que o acompanhou por toda a vida. Além de pesquisador e professor de música foi maestro e compositor de um vasto acervo musical com inúmeros sucessos do cancioneiro popular brasileiro.

Produziu para o cinema e TV, trilhas sonoras, sendo o principal compositor de Amácio Mazzaropi, criando 25 trilhas musicais para os filmes do cineasta. Suas canções foram trilhas sonoras para novelas, como: Cabocla, Rei do Gado, Pantanal e Meu Pé de Laranja Lima.

Embora seja conhecido como compositor de música caipira, sua obra conta com vários gêneros musicais, como o choro, valsa e samba. Trata-se de um compositor genuíno, marcante para a música popular brasileira.

Parceiro de Mario Zan e Anacleto Rosa Junior, foi um artista versátil e articulado, incumbido de fomentar a cultura do Vale do Paraíba, compondo com delicadeza canções que se tornaram eternas.

A família de Elpídio também é formada por músicos que preservam a memória do artista, dando continuidade ao trabalho de disseminação cultural promovida por ele. Ainda hoje, após 48 anos de sua morte, sua obra ainda emociona plateias, sendo constantemente regravadas por grandes artistas brasileiros.

Sobre a cidade

Montanhas, vales, paisagem exuberante, sossego, gastronomia, artesanato. Isso e muito mais se encontra na Estância Climática de Cunha, cidade que traz em suas ruas marcas da história do Brasil, com diversas construções antigas. Algumas delas tombadas pelo Patrimônio Histórico, incluindo a Igreja da Matriz, que foi construída em 1731 e está passando por restauração.

Essas evidências históricas remetem à época em que Cunha era rota dos tropeiros que percorriam a Estrada Real, levando o ouro de Minas Gerais até o porto de Paraty e de lá para o Rio de Janeiro e Portugal.

Outra herança tornou a cidade o maior polo da cerâmica de alta temperatura da América Latina. Isso porque, na década de 1970, ceramistas se instalaram na cidade, para desenvolver seus trabalhos utilizando fornos a lenha, que utilizam a técnica de queima chamada noborigama, e ao longo desses 40 anos formaram novas gerações de ceramistas e atraíram muitos artistas que empregam outras técnicas e estilos.

A estância oferece também diversas opções de turismo rural, que inclui fazendas de cultivo de cogumelo shitake e de truta, apiários, queijarias, pesqueiros e alambiques. A cerveja artesanal é outro produto que ganha espaço na cidade e é possível visitar as cervejarias e degustar a bebida.

Nos últimos anos, Cunha vem se destacando também com o plantio de lavanda, que atrai muitos turistas. Além da plantação propriamente dita é extraído o óleo da lavanda, com o qual se produz sabonetes, aromatizantes e outros itens derivados da matéria-prima.

Há ainda as belezas naturais que o lugar oferece, como as cachoeiras do Pimenta, do Desterro e do Barracão. Além da Pedra da Macela, que em seu pico, a 1.840 metros de altitude, é possível apreciar a paisagem deslumbrante que inclui Paraty, a baía da Ilha Grande e parte de Angra dos Reis e todas as montanhas e serras que ficam no entorno de Cunha.

Entre os destaques está o Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Cunha, onde o visitante também pode se banhar em suas cachoeiras e percorrer suas trilhas guiadas por monitores. São três ao todo, cada uma com um grau de dificuldade.