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domingo 24 novembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Ubachuva

Com saudades de Ubatuba, resolvi ir até lá, a 2° cidade que mais gosto. A primeira é Taubaté, claro.
O tempo mudou durante a semana passada, mas mantive os planos e sábado bem cedo (adoro viajar de madrugada, quem sabe pegar o sol nascendo…tudo de bom) o celular despertou e, de imediato, escutei o barulhinho tradicional da calha pingando. Eita, chuvinha fina caindo. Levantei assim mesmo. Quem sabe para de chover, quem sabe não está chovendo em Ubatuba (difícil, né???).

Mas, se a viagem for com chuva, tudo bem. Não é motivo pra reclamar, certo? Então…
Malas no carro, café reforçado e lá vamos nós. Estrada vazia, a chuvinha parou, mas nada de sol, céu encoberto por nuvens. Queria muito pegar estrada vendo o sol nascer, mas quem sabe na serra o tempo está melhor (doce ilusão) e já vai valer a pena.

Viagem tranquila, sem pressa, na boa companhia da namorada e embalado por músicas de qualidade, é claro. Só ouço músicas de qualidade. E a serra chegou, com o tempo ainda nublado. Adoro a serra de Ubatuba, suas curvas e cotovelos, onde motoristas inexperientes ficam apavorados, mas é só botar a segundinha e deixe o motor roncar e fazer o serviço dele. Tai a dica para “aqueles” motoristas, desça engrenado (de preferência na segunda marcha), use o chamado freio-motor e economize seus freios principais. Afinal…

Porque sentimos aquele cheiro azedo de borracha queimando na descida da serra? Porque alguns ficam sem freio na descida? Porque será que tem oficina mecânica no final da serra?

Tudo isso é por usar em demasia o sistema de freios na descida, ele superaquece e o calor faz com que o fluido de freio ferva, causando bolhas no sistema hidráulico e, consequentemente, ocorrem falhas podendo, até, te deixar totalmente sem freios.

E porque aquele festival de calotas na serra? Aquele número enorme que encontramos no trecho de serra da Oswaldo Cruz acontece, também, porque o sistema de freios está sendo muito usado. Ocorre superaquecimento e as calotas, de plástico, se dilatam e se soltam das rodas.

Mas, enfim, deixando esse lado técnico de lado, terminei a serra e lá vem a chuva. Fina, mas constante. E, ao passar pelo aeroporto, demos de cara com os efeitos da chuva contínua da semana, várias ruas alagadas e lá vou eu colocar o carro no alagamento, oh, meu Deus. E, debaixo de chuva, levamos as malas para o apartamento. Esperamos um pouco, mas como a danada não mostrou que iria parar, saímos de carro para andar à toa. Passamos pela praia grande e, de longe e dentro do carro, observamos turistas se divertindo dentro da água e sob a chuva. Se preocupar para quê?

O importante é se divertir. Bom, por enquanto, vou me divertir aqui dentro do carro mesmo há há.
Depois de um tempo olhando a chuva na praia grande, fomos olhar a chuva na praia do Itaguá. Uau! Confesso que fiquei impressionado com a maré alta e as ondas batendo no muro da praia do Itaguá, muito próximo aos quiosques, eu hein. Melhor ir olhar a chuva na janela do apartamento.

E a danada persistiu a tarde inteira, entrou na noite e começou a bater a preocupação com deslizamentos na serra.
E se cai barreira? E quando fui dormir, próximo à meia noite, ainda chovia.
Manhã seguinte e a chuva parecia ter dado uma trégua, mas no facebook, notícias sobre alagamentos e deslizamentos de encostas assustava. Talvez fosse melhor voltar para Taubaté.
Mas, ir para a Ubatuba e não comer uma porção de peixe (ou camarão) na praia é sacanagem, né?

Bom, vamos a praia grande matar a vontade e, nada melhor, do que uma boa porção, acompanhado de uma cerveja sem álcool (afinal, já pensava em pegar a estrada de volta) olhando para o mar.
De volta para o apartamento, arruma tudo, malas no carro e saímos, um pouco frustrados, na direção da Oswaldo Cruz. Ao chegar no posto policial, quase ao pé da serra, tudo bloqueado. Caiu barreira na serra, subir só pela Tamoios. Santo Deus! E lá vamos nós conhecer a nova e bela pista da Tamoios com seus enormes e fantásticos túneis. Tudo muito bonito, mas cansativo. Aí, de repente, meia pista na Tamoios. Queda de barreira na pista de ida e trânsito desviado para a pista de volta.

Bom, vamos em frente, apesar da lentidão do trânsito e do cansaço. Haja paciência. Só por Deus.
Mas, como tudo sempre pode piorar, tive a estúpida ideia de ver o placar da final do campeonato Paulista e meu Tricolor estava sendo atropelado por 4×0. Sem comentários. Santo Deus!