Por uma dessas tristes coincidências da vida, bem na semana (passada) em que escrevi o artigo “Ah, o futebol”, faleceu Diego Armando Maradona.
Simplesmente um dos gênios do futebol e, na minha humilde opinião, o segundo maior jogador de futebol da história. Ainda considero Pelé o melhor.
O artigo que escrevi, falava da paixão inexplicável pelo futebol, do amor incondicional dos torcedores aos seus times do coração, falava da emoção de se assistir uma partida no estádio. Falava da loucura e alegria do futebol e, justamente, na semana em que o futebol ficou mais triste, muito mais triste. Morreu um de seus artistas, na verdade, um dos grandes artistas. Endeusado pelo povo Argentino e grande parte da população mundial.
E como todo amante do futebol (e até quem não é), fiquei muito triste.
Maradona, um grande jogador, gênio com a bola nos pés, mas um homem cheio de problemas, inseguranças e marcado por confusões extra campo.
Maradona, foi admirado dentro de campo, mas somente dentro do campo.
Durante um bom tempo, lutou contra a triste e terrível dependência química e perdeu a guerra. Só quem já passou por isso (agradeço a Deus por nunca ter passado por algo assim), sabe o quanto é difícil essa batalha. Sabe o quanto é cruel essa luta.
E me pergunto, a todo tempo, porque começar com uma desgraça dessa?
O que leva a isso? Um momento insano, embalado por festas? Por amizades erradas? Dinheiro demais e repentino? Falta de fé? De orientação? Momento em que se perde dentro de si mesmo? Falta de pensar nas consequências? Busca por supostos e enganadores momentos de prazer? Busca por solução de problemas? Talvez alguns iniciam na droga como uma fuga dos problemas, esquecendo que só estão acrescentando mais problemas aos que já tinham.
Qual o motivo? O que leva às drogas?
Difícil de dizer e nem de longe criticar. Nunca sabemos o real motivo que leva alguém a se perder para as drogas.
Estamos realmente livres de erros que podem nos afundar?
Não. Infelizmente existem as armadilhas da vida e, também, nossos erros de julgamento. Nosso livre arbítrio nos permite errar, porém, devemos lembrar sempre que tudo tem consequência e sempre, de uma maneira ou outra, pagaremos pelos nossos erros.
De qualquer maneira, é triste ver crianças, jovens e até adultos sucumbindo ao poder das drogas. Não resistindo a seus encantos como se fosse uma sereia que, com seu belo rosto e canto, leva os marujos para o fundo do mar.
E é impressionante como esses erros se repetem, de tempos em tempos vemos notícias de “famosos”, das mais diversas áreas, sendo derrotados pelas drogas e, muitas vezes, depois de muito sofrimento, muita luta para se livrar do vício, o que nunca é fácil.
Vemos também, claro, não famosos, anônimos, se perdendo para o demônio, se destruindo e destruindo famílias. O mais estranho de tudo é que vemos jovens “se achando o máximo”, se considerando “descolado” (é esse o termo?), e chamando de “caretas” aqueles que resistem ao poder do demônio. Como isso é possível nos dias de hoje? Com tanta informação e, mesmo assim, acham que é “da hora” usar drogas.
Maradona foi mais uma vítima da própria fraqueza e não resistiu ao sistema. Fama, dinheiro, festas, pessoas erradas e jogou a vida pelo esgoto. É uma pena!
E o pior é saber que não será o último. Erros burros e recorrentes. Neste momento, quantos mais não estão perdendo a guerra para as drogas? E quantos mais não estão debutando? Apenas porque é “da hora” ou para mostrar que pode fazer parte daquela turma ridícula e dispensável. E a droga vai vencendo mais um e os traficantes agradecem.
É Maradona, que pena! Lá se foi mais uma das lendas do futebol. Que triste!