Uma sexta-feira para refletir, para olhar pra dentro de nós e constatar o quão pequeno somos. Momento de se dar conta de quanto somos pecadores, egoístas e arrogantes. Jesus se sacrificou por nós, sofreu por nós, foi traído por Judas e morreu por nós. E como é que agradecemos a tudo o que Jesus fez? Com roubos, assassinatos, corrupções, ciúmes exacerbados, falta de educação, falta de perdão, violência, crueldade, guerras e, principalmente, falta de amor.
Vamos olhar para dentro, nos certificarmos do que é óbvio, nos certificarmos que precisamos crescer, evoluir, perdoar e, principalmente, amar. É o mínimo que podíamos fazer em agradecimento ao tanto que Jesus fez.
A Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão, ou, ainda, Sexta-feira Maior, deveria ser um dia para ser respeitado, um dia para orar, um dia em que o silêncio deveria imperar, mas não é o que ocorre. A grande maioria dos cristãos nem sequer se lembra do dia. Porque? O que está acontecendo?
O distanciamento do amor ao cristo é o primeiro reflexo de uma sociedade doente, voltada ao materialismo, voltada ao enriquecimento, voltada ao desejo de ganhar sempre custe o que custar. Uma sociedade egoísta, que não perdoa, que não pensa duas vezes em atacar e prejudicar ao próximo. Uma sociedade consumista, viciada, triste e decadente.
Quando chega o momento de celebrar o nascimento de Jesus, o que importa é comprar presentes, gastar e gastar, comer e beber e a última coisa que essa sociedade pensa é em comemorar o aniversário do salvador.
Quando chega a Sexta-feira Santa, a vida segue como se nada estivesse acontecendo, ninguém se lembra da crucificação de Jesus e de sua morte no calvário. E, ninguém, desacelera para refletir um pouco no sofrimento daquele que nos salvou e nos salva em nosso dia a dia. Ninguém para, ninguém fecha os olhos por um segundo sequer pensando em Jesus e imaginando o que cada um poderia fazer para se melhorar, para evoluir, para agradar ao Cristo. Imagine se cada um de nós fizesse isso? Quanta coisa boa sairia, como o mundo poderia se transformar em um local mais agradável para se viver. Imagine o amor e o respeito transbordando no coração das pessoas?
Mas, talvez os pensamentos estejam mesmo na bacalhoada do almoço, no vinho, ou no peixe assado e isso para aqueles que ainda resguardam o dia e evitam comer carnes vermelhas, que seriam associadas ao luxo e prazeres mundanos.
Talvez estejam preocupados somente com o feijão miúdo, com a paçoca e tudo o mais.
Em minha opinião, um grande erro.
E vai chegar a Páscoa, momento de comemorar a ressureição do salvador e essa sociedade vil vai estar pensando em que? No churrasco, na cerveja, no ovo de páscoa, na colomba pascal e respeito à data? Nada.
Sempre imagino a Sexta-feira Santa como aquele dia cinzento, com chuvas finas, vento gelado, triste. Um dia para se recolher e pensar no Salvador.
Sei que em muitos lugares há a encenação da Paixão de Cristo que é sempre bonito e muito triste.
Enfim, o distanciamento ao amor de Cristo é que tornou essa sociedade tão deprimente, mas tudo tem um preço e um dia a cobrança vem.