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terça-feira 24 dezembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Rock Nacional

Dias atrás, estava ouvindo rock nacional e, é claro, sua fase de ouro, anos 80. É óbvio que tivemos grandes expressões do Rock nacional fora desse período, seja antes ou depois, mas é evidente que os 80`s tiveram o melhor de nosso rock. Mesmo que algumas bandas tenham começado antes, foi nesse período que explodiram. E a riqueza cultural foi absurda.

É claro que sou suspeito em falar, sou amante incondicional do rock, mas convenhamos…que beleza é o Rock. Respeito todos os estilos e cantores, inclusive os atuais, mas…o que dizer quando você ouve o Renato Russo, do LEGIÃO URBANA, cantar “Nos deram espelhos e vimos um mundo doente”, na indescritível música Índios? E essa frase, “Fiz questão de esquecer que mentir para si mesmo é a pior mentira”, na bela Quase sem querer, também do LEGIÃO. Ou, na mesma música, “Quantas chances desperdicei, quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada para ninguém”. Quer mais? na mesma música, “O que eu vejo, quase ninguém vê”. Ai meu Deus, isso é música, é poesia, tem sentimentos, tem verdades…, né? Ou a revolta com a condição política na música Que País é esse? também dessa banda fraquinha chamada LEGIÃO URBANA… “Nas favelas, no senado, sujeira para todo lado, ninguém respeita a constituição”. E O LEGIÃO não parou por aí, mas me diz como rebolar até embaixo ouvindo Há tempos? Não dá, né? “Os sonhos vêm e os sonhos vão, o resto é imperfeito”, ou ainda, “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” em Pais e Filhos, oh, Legião Urbana, não humilha os tempos de hoje.

“A humanidade é desumana, mas ainda temos chance” – Quando o sol bater na janela do teu quarto; “Eu deixo a onda me acertar e o vento vai levando tudo embora”, Vento no litoral.
Com orgulho, posso afirmar que fiz parte da geração que curtiu RPM e olha que frase, “Havia um tempo em que eu vivia um sentimento quase infantil”, em A Cruz e a espada. Ou ainda, como não curtir Louras geladas, Rádio pirata (com a inesquecível frase – “Toquem o meu coração, façam a revolução, está no ar, nas ondas do rádio”). É mole?
E, oh, saudades da banda ZERO, com “A luz se apaga e em um quarto escuro continuo a te ver”, na música Formosa. Oh, meu Deus do céu. Oh, saudades do bom e velho Rockin Roll.

E o SKANK me vem com essa, na música Vou Deixar: “A qualquer hora posso estar de volta depois que a noite terminar” e “Vou deixar a vida me levar para onde ela quiser”. Uma homenagem à diversão noturna dos jovens. E lembro três músicas absolutamente fantásticas do NENHUM DE NÓS, “O astronauta de mármore”, “Camila, Camila” e “Eu caminhava”.

E como esquecer do BIQUÍNI CAVADÃO, da irreverência da BLITZ, do absolutamente fantástico CAPITAL INICIAL, do KIKO ZAMBIANCHI, JOTAQUEST, do RAIMUNDOS com a inesquecível “Mulher de fases” ou o LOS HERMANOS com “Ana Júlia”? E o TITÃS com Epitáfio? “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer, devia ter arriscado mais e até errado mais. Ter feito o que eu queria fazer”…precisa dizer mais? Ah, e tem o PARALAMAS DO SUCESSO, PLEBE RUDE, RÁDIO TÁXI (lembra da música “EVA”?). E, muito mais, KID ABELHA, BARÃO VERMELHO (com Cazuza e Frejat), ENGENHEIROS DO HAWAÍ e tantos outros.

E, ao falar de rock nacional, não tem como esquecer de RAUL SEIXAS. Esse, começou bem antes dos 80 e atravessou gerações com inúmeros sucessos como “Tente outra vez”, “Gita”, “Cowboy fora da lei”,” Maluco beleza”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” (certa redundância, né), “O dia em que a terra parou” – essa parecia uma antecipação da pandemia. E, a triste, verdadeira e comovente, Sapato 36, “Vou escolher meu sapato e andar do jeito que eu gosto. Porque cargas d´agua você acha que tem o direito de afogar tudo aquilo que eu sinto em meu peito?” Nessa, RAUL reclamava do pai que não concordava com seu jeito de ser.

Um pouco depois dos 80`S, PITTY, nos surpreendeu e emocionou com “Teto de vidro”, “Na sua estante”, “Equalize”, “Me adora”, “Admirável chip novo” e muitos outros sucessos.
Ah, Robson, mas com o Rock, como vou mostrar e balançar a bunda? É, pois é!