Nossa, o tempo passou e passou muito rápido. E ele não quer nem saber, simplesmente passa, atropela tudo, muda tudo, faz tudo do jeito que quer fazer e não cabe questionamentos.
As pessoas nascem, crescem, algumas dão uma pequena contribuição nas mudanças e nos desenvolvimentos, reproduzem, aumentando a população, postergando a humanidade, vivem a vida, confiando cegamente que estão fazendo algo importante (e nem sempre é assim).
Estudam, enriquecem, conquistam coisas, fazem grandes e maravilhosas descobertas, constroem monumentos, prédios, estradas, maravilhas da engenharia, se consideram insubstituíveis e até imortais. Chega a dar dó.
Alguns salvam vidas, curam doenças, desenvolvem remédios e tecnologias inimagináveis, mas a verdade é que assim como para todos, para eles, tudo também acaba.
Em um apagar de luzes, em um fechar de olhos.
Muitos acreditam que são para sempre e, na maior parte das vezes, a ficha demora para cair que tudo não passa de uma doce ilusão, que são apenas pequenas centelhas, pequenos grãos de areia, gotas no oceano, que são pequeniníssimos atritos nas enormes rodas da engrenagem da vida e, de repente, o normal e esperado, acontece, envelhecem e morrem.
Mas a renovação da vida é constante. Outras tantas, ou talvez até mais, já nasceram, já cresceram, já contribuem para o “desenvolvimento” humano (algumas!) e assim a vida vai, assim o tempo passa. E como passa.
E, como tudo e todos, alguns dos meus heróis também já se foram, artistas preferidos, cantores, jogadores de futebol e muitos mais…, as coisas mudaram demais e nos restaram a nostalgia.
E, considerando a minha maneira de ver as coisas, o melhor ficou no passado. Será mesmo?
E, como tudo na nossa pequena passagem pela vida, as coisas passaram, foram ultrapassadas, o novo sempre vem e um exemplo são as brincadeiras da molecada que “evoluíram”, saíram os carrinhos de rolemã, o esconde-esconde, a queimada, o futebol no campinho de areia e ficou no lugar os celulares, notebooks e jogos eletrônicos.
No passado, as mães ficavam sem voz de tanto gritar para a criançada entrar e agora perdem os cabelos de preocupação ao ver os filhos enfurnados nos quartos, sozinhos, hipnotizados pelas telas dos celulares. Isolados do mundo e, ao mesmo tempo, em contato com o mundo inteiro, para o bem ou para o mal. E tem muito mal nas telas dos celulares, tem que ficar atentos.
As rodas de conversa, em frente às casas, no cair da tarde e na chegada da noite, também “evoluíram”, para os grupos de whatsapp. Nos isolamos em casa, não há mais conversas com os vizinhos, mas conversamos com pessoas da Europa, Ásia, Estados Unidos e por aí afora…
Creio eu que, nem briga de vizinho tem mais, agora a confusão é nos grupos de whats.
Não tem mais o vizinho sem noção, o que temos agora é o membro do grupo, totalmente sem noção. É…, as coisas mudaram…e como mudaram. E nos restou a nostalgia.
Caminhamos olhando para frente, sem esquecer o passado e bate uma pontada de dor a cada vez que constatamos aquela falta, aquela situação que não vai acontecer mais. Aquele almoço na infância, aquela viagem, aquela risada, aquela brincadeira. Acabou, o tempo cuidou de mudar tudo, de rearrumar tudo, ao jeito dele. Gostemos ou não.
O corpo cansa, as dores aparecem, o cabelo cai e as rugas fazem questão de nos lembrar que o tempo passou. E passou muito rápido.
Tenho saudade de muitas coisas, das antigas brincadeiras dos moleques, do tempo em que corria atrás de uma pipa, do futebol no campinho, de subir em árvore, correr descalço, andar de bicicleta, do ginásio, do colégio, da faculdade, dos namoros no escurinho, do beijo escondido, a ficha de orelhão (sinto até vontade de rir ao lembrar disso), os filmes no cine palas, a lanchonete da eletro e tantas e tantas outras coisas.
E fico imaginando se em um futuro, em que também não estarei aqui, as coisas de hoje também vão fazer falta. Se o melhor ficou no passado, o que dizer do melhor do futuro?
Estará aqui, no hoje? Será?
Bom, deixa eu seguir meu caminho, traçar o meu destino, e viver o meu melhor de hoje.