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terça-feira 24 dezembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Qualificação x corrupção

Dias atrás vi uma postagem no face, para mim, muito clara e verdadeira. Não me lembro das palavras exatas, mas falava sobre a necessidade de curso de qualificação ou, curso superior, para os políticos.

Concordo plenamente, você iria em um “médico” (???) que não tivesse a faculdade de medicina? Para advogar, não é obrigatório ter a OAB? Para trabalhar como engenheiro, não é preciso o CREA? Você moraria em um prédio construído por alguém sem qualificação para tal?

Nas diversas funções de uma empresa não são solicitadas qualificações para cada cargo?
Então, praticamente, para tudo é necessário qualificação.
Então porque os políticos não precisam?
É por isso que vemos este show de horrores nas campanhas e chegamos ao absurdo de ver, às vezes, pessoas, que mal sabem se expressar corretamente, serem eleitas.
Como vai cuidar e brigar pelos interesses da cidade? Como vai cuidar e brigar pelos interesses do povo?

Ah, mas aquele candidato ou aquele vereador conseguiu para mim cesta básica, conseguiu vaga no hospital, conseguiu uma van para me levar para São Paulo.

O quê? O quê?

Isso é interesse da população? É interesse da coletividade? Isso tem a finalidade de resolver os problemas da cidade?
A função do vereador é, basicamente, legislar, sugerir, fiscalizar, representar e, é claro, votar as leis que regulamentam as regras da cidade.

Então o vereador tem que cobrar, ou propor, um programa social de distribuição de cesta básica para pessoas carentes de um modo geral, não individualmente.

Tem que fiscalizar e cobrar se há vagas suficientes nos hospitais da cidade, que não sejam controlados pelo governo estadual. E, mesmo nesse caso, cobrar da prefeitura uma pressão junto ao governo do estado para melhorias nesses hospitais.

Tem que fiscalizar e propor, meios de transporte gratuito para pessoas carentes.

Isso sim é função do vereador.

O problema é que se você perguntar para os candidatos qual a função de um vereador, parte deles (não todos, claro) não vai saber.

Então, é necessário sim qualificação para ser um vereador ou político de uma forma geral.
Na mesma postagem no face, alguém perguntou se a qualificação profissional impediria a corrupção. Peço permissão do autor para colocar aqui sua fantástica resposta.

“Qualificação profissional é para que o político esteja preparado para a função que vai exercer, mas honestidade, vem do berço”.
Fantástica resposta. Disse tudo.

Honestidade vem do berço, vem da educação e exemplos que recebeu dos pais, por isso fico triste quando vejo pessoas jogando lixo na rua, muitas vezes ao lado de suas crianças.

Fico triste de ver pais e mães comprando coisas roubadas porque é mais barato.

Fico triste quando infringem regras básicas ao volante, como conversões proibidas, excesso de velocidade, dirigindo depois de ingerir bebidas alcoólicas, ultrapassando pela direita, furando filas, gritando e brigando com outros motoristas e, o que é pior, muitas vezes com seus filhos dentro do carro.

Todos sabemos que a primeira referência das crianças são os pais, eles tem que dar o exemplo e, também, mostrar que eles decidem as coisas, são eles que decidem o “sim” ou o “não”.

Pais não podem ser apáticos, não podem passar a mão na cabeça quando os filhos erram.
Crianças tem que entender quem manda em casa, tem que entender que o mundo não gira à sua volta, tem que respeitar seus pais e ouvir “não” na hora certa.

E, quem sabe, quando crescerem vão entender a diferença entre honestidade e corrupção.

Talvez entendam que ética e honestidade não é qualidade, é obrigação.
Qualificação se obtém com estudo, com preparo.

Honestidade não se aprende, vem do berço.