Vamos lá, um exercício para o pós quarentena, você já pensou no que vai fazer?
Então, até já fiz meus planos, sei lá, acho que é a ansiedade, ou seria só diversão?
Como estamos no ensaio para o fim da quarentena, até já planejei que quando acabar de vez, a primeira coisa que vou fazer é dar um beijo e um abraço bem apertado na minha mãe e no meu pai, muitas saudades dos dois velhinhos.
Quero dar um beijo na minha irmã, nos irmãos (inclui aí meu cunhado), nas sobrinhas e sobrinhos, agregados e agregadas e, principalmente, nos meus sobrinhos neto e sobrinha neta.
Bom, depois vou trocar de colchão, mais que na hora, minhas costas agradecem. Ah, quero comprar um vaso de plantas para colocar ao lado da casinha do gás, acho que vai ficar bom ali.
Depois vem a parte boa, gordinho não tem jeito mesmo, o desgraçado só pensa em comida, quero comer um x-egg, mas lá no carrinho de lanches, nada de delivery, aliás, delivery? Nem pensar. Quero comer uma pizza, uma maravilhosa portuguesa, lá na pizzaria.
Quero passar uma manhã de sábado no mercado municipal e vou fazer questão de comer um pastel de calabresa.
Depois, quem sabe, uma esticada até o Mercato, para um almoço.
Não vejo a hora de tomar um sorvete, de “massa” e picolé, milho, abacaxi, limão, coco e etc…
Quero andar calmamente pela praça Dom Epaminondas, entrar na igreja e fazer uma oração, passar pela Chiquinha de matos, a XV de Novembro, Duque de Caxias, Visconde do Rio Branco, Marques do Herval, enfim, todas as ruas maravilhosas do centro, olhar as lojas, quero passear na Santa Terezinha, opa, não posso esquecer dos dois shoppings, ah, e por falar nisso, quero assistir um bom filme, em boa companhia, lá no cinema, eita delícia, que saudades da telona.
Não posso me esquecer, é claro, de um enorme churrasco com a família.
Hummm, uma passada no Cristo Redentor, agradecer por sair ileso da quarentena, é claro.
Prometo que vou passar uns dias em Ubatuba, oh, saudades de ouvir o som do mar, ver a praia Grande, o Tenório, Estaleiro, Domingas Dias, Itagua e etc… Quero comer uma porção de peixe ou camarão e depois um pulo até o mercado de peixe.
Quero ir até Santo Antônio do Pinhal, uma esticadinha até Campos do Jordão, oh, coisa boa.
Ah, quero assistir um jogo do Burrão, em pleno Joaquinzão, quero dirigir pela avenida nove de Julho, às cinco e meia da tarde, com todo aquele trânsito e com os vidros do carro abertos. Que saudades do congestionamento, nunca pensei que um dia fosse sentir saudades disso.
Tenho coisas para doar, muitas roupas (que encolheram, não sei porque) e calçados que redescobri na quarentena e muitos recicláveis para dar destino.
Quero abraçar meus amigos, minhas amigas e dizer o quanto são importantes para mim e o quanto senti saudades.
Quem sabe um happy hour com o pessoal?
Quero andar pelas ruas, sentir o sol, o calor, o vento, o frio, quero me sentir livre. Quero ver gente, movimento, vida pulsando, carros, motos (fazendo barulho ou não) e bicicletas.
Prometo voltar às minhas caminhadas no SEDES, será que continua lá? Será que não fugiu?
Voltar as reuniões do grupo de Escritores e da AVLA (Academia Valeparaibana de Letras e Artes) da qual sou presidente com muito orgulho.
Oh, saudades do contato com o pessoal da Literatura e das Artes como um todo.
Quero aprender a dançar, agora vai. Vou na nutricionista, agora vai, hummm? Melhor não.
Quero ir ao supermercado, tomar um café da manhã na padaria, lá vem o gordinho pensando em comer de novo, oh, meu Deus do céu.
Quero andar de bicicleta, quero andar a pé, de carro e me sentir vivo.
Quero sorrir mais, me irritar menos (será que consigo? essa parte vai ser difícil hahahaha). Quero amar mais, ser mais humano, mais irmão, mais amigo, mais solidário.
Quero, mais que tudo, tirar lições dessa quarentena.