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quinta-feira 16 janeiro 2025
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“Crônicas e Contos do Escritor” – O Rei Nefasto

Depois de muitos traidores da pátria terem sido coroados, finalmente chegou um novo rei para colocar ordem na casa, ou melhor, no reino. Chega de roubos, chega de corrupção, chega de lucros e vantagens pessoais, então, daqui para frente, acabou a festa. Era hora de acabar com a corrupção, hora de colocar bandidos na cadeia, hora de fazer corruptos pagarem por seus erros, e desonestos seriam tratados como bandidos que eram. Chegara o momento de fazer o reino e seus súditos crescerem, progredirem, viverem tranquilamente com segurança e honestidade. O reino tinha tudo para dar certo, enriquecer e conquistar seu lugar e respeito do mundo, mas poderosos não queriam ordem, não queriam a coisa certa, não se preocupavam com o respeito do mundo, não se preocupavam com os súditos, se preocupavam com seu umbigo, com seus lucros pessoais e não queriam ordem.

Como espíritos malévolos se compraziam na desordem, na sujeira. Como bandidos vulgares se regozijavam no roubo e no lucro nefasto.

E, como vagabundos que eram, tinham que fazer algo, tinham que resolver o problema, tinham que derrubar o rei bem-intencionado, não podiam abrir mão de suas vantagens pessoais. O reino não podia ter regras, não podia ter ordem e honestidade e para resolver isso, na calada das noites, aconteciam as conversas escusas realizadas nas sombras e escuridão da noite. Poderosos olhavam furtivamente uns para os outros e sussurravam. Nas primeiras reuniões poucos participantes.

— Assim não dá! Estamos perdendo espaço, perdendo lucros. – Reclamaram alguns.
— Precisamos reagir, mas precisamos nos reforçar! – Falavam outros.
— Precisamos de gente de todos os setores da sociedade do reino! – Falou alguém.
— Sim! Precisamos daqueles que divulgam! Precisamos daqueles que convencem o povo ignorante. – Falou outro.
— Sim. E precisamos daqueles que fazem a justiça! – Falou outro com a mão na boca, para que poucos entendessem.
Os presentes foram, pouco a pouco, aumentando. O esquema estava sendo armado. O sistema era implacável. Tudo discutido, tudo armado, tudo combinado.
Entredentes, rosnando, alguém argumentou.
— Precisamos acusar nossos inimigos de cometer os erros e injustiças que cometemos.
— Sim. Vamos acusar esse rei de ser corrupto e ditador. A população vai acreditar e vai ficar ao nosso lado.
E, assim, derrubaram o rei bem-intencionado e colocaram no poder o rei nefasto.
1° ato: Proibido divulgar meus gastos. O dinheiro do povo é o meu dinheiro.
2° ato: Prendam o antigo rei.
3° ato: É proibido falar mal do Rei e quem se arriscar, será jogado nos calabouços.
4° ato: Dinheiro para meu partido e para reinos amigos.
5° ato: Meu reino será de meus filhos. Controlaremos pelos próximos duzentos anos.
Projeto ambicioso, mas o rei nefasto sufocou e empobreceu seus súditos.
Mas, como tudo na vida, o reino podre acabou, o rei decrépito e corrupto morreu.
O povo acordou e impediu a continuação daquele reino nojento.
O sol brilhou novamente e a liberdade e alegria voltaram!