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sábado 21 dezembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – O misterioso buraco

E a coluna “Crônicas e contos do escritor”, hoje vai de conto.
E vamos de conto de terror hoje? Brrrr…tem medo?????
Ele acordou e não sabia onde estava e nem como tinha ido parar ali. Estava deitado em um chão de terra e sentiu uma enorme sensação de vazio. Olhou em volta, tudo escuro e não conseguia ver coisa alguma. Olhou para cima e, lá no alto, bem acima de sua cabeça, conseguia ver uma pequena abertura e viu o dia clareando. Estava em um buraco, talvez uns dez metros de profundidade. Como tinha ido parar ali? Não sabia, não se lembrava. Imaginou se estaria machucado e mexeu o corpo. Parecia estar tudo bem e, com cuidado, sentou.
No alto, o sol começava a clarear o buraco.
Novamente com muito cuidado e lentamente, ficou em pé e gritou pedindo ajuda e tudo o que escutou de volta foi silencio. Gritou de novo e mais alto. Gritou mais alto ainda e tudo o que escutou de volta continuou sendo o silêncio.
Estava sozinho, perdido, com medo, apavorado. Não fazia ideia onde estava e nem conseguia imaginar se alguém poderia vir salva-lo. Se imaginou morrendo lentamente de fome e sede e estremeceu. Com certeza, a sede o mataria primeiro. Preocupado, apavorado, sussurrou.
— Meu Deus o que está acontecendo? Como vim parar aqui?
Começou a andar em volta do buraco, talvez uns cinco ou seis metros de diâmetro. Depois de alguns segundos andando, parou petrificado. Escutara algo, um rosnado baixo, de onde viera?
Na escuridão, tentou se orientar pelo som e imaginou de que lado o som poderia estar vindo. Não conseguia ver todo o buraco, o sol ainda não iluminara tudo. Estava apavorado e gritou de novo e, desta vez, vez ouve resposta, rosnados e muito fortes. Assustado, engoliu em seco e ficou quieto imediatamente. Seus joelhos tremiam. O sol iluminou um pouco mais à sua volta e no local de onde imaginava estar vindo o som, havia um buraco na parede. Um túnel, enorme, talvez, pouco mais que meio metro de diâmetro e só Deus saberia o que poderia sair dali.
Outro rosnado e desta vez bem mais forte e mais perto e o deixou gelado. E se a fera, monstro ou o que quer que fosse, saísse dali? O que faria com ele?
E o que poderia ser? Algo sobrenatural? De outro mundo?
Pensou em gritar mais uma vez, mas teve medo que a fera o ouvisse e saísse para ver o que estava acontecendo. Se afastou para o lado oposto da entrada do túnel misterioso e pisou em algo, fez barulho como se estivesse quebrando ou moendo algo, levou um enorme susto e, com um pulo, tirou o pé dali. O que poderia ser?
Apavorado, se abaixou e, cuidadosamente e lentamente, passou a mão pelo solo e constatou que eram ossos, retirou a mão imediatamente. Pouco conhecia de anatomia humana, mas, de alguma maneira, teve certeza que eram ossos humanos, começou a chorar e tentou rezar.
Mais rosnados, muitos rosnados, e agora, chorava, tremia, o coração disparado, a boca aberta e a garganta seca. Estava desesperado e olhou agoniado para a entrada do túnel.
Escutou barulho de alguma coisa se mexendo, alguma coisa chegando, algo estava saindo do túnel e rosnava de uma maneira que nunca imaginara que alguma fera poderia rosnar.
Passou a mão pela parede mais próxima, tentou encontrar algum degrau ou saliência que lhe permitisse escalar o buraco e nada encontrou. Sua sorte estava lançada.
E a fera saiu. Olhou desesperado para ela e constatou que aquilo, realmente, não era desse mundo e teve a certeza de que não havia como escapar.
Pensou em gritar novamente a plenos pulmões, mas não teve tempo…