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domingo 17 novembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – O escritor e o mar

Ah, o escritor, esse louco incompreendido e solitário por essência.
Ser escritor é desafiar as leis da física, realizar o impossível, atingir o inatingível, visitar o infinito, viajar ao espaço, mergulhar nos oceanos, explorar fossas abissais, brincar com o aleatório, viajar ao passado, confundir o presente e escapar para o futuro.

O Escritor não tem limites, não tem fronteiras, pode ser o que quiser, fazer o que quiser e viajar para onde e como quiser. Pode singrar pelos sete mares, conhecer todas as praias, enfrentar as grandes ondas, sonhar com mais do que cem dias entre céu e mar, travar batalhas com Barba Negra, nadar com sereias, enfrentar monstros com tentáculos gigantescos, matar dragões, passear no Nautilus ou procurar Nemo. Em sua fértil imaginação, pode ser o dono de um iate, de uma lancha, um barco pesqueiro, um veleiro ou atravessar o Atlântico em uma canoa. Nas letras do Escritor, tudo pode, tudo é permitido, tudo é possível. Pode ser um louco perdido em alto mar, um espião em missão ultra secreta ou tomar uma cerveja olhando para o encontro de céu e mar e admirando o movimento do barco. Pode trabalhar em um petroleiro, ter aventuras em um porta aviões, ser o comandante de um submarino nuclear ou o assassino em um transatlântico. Ao escritor, é permitido nadar com tubarões, enfrentar grandes tempestades, cavalgar um cavalo marinho gigante, conversar com Vadim, o príncipe do mar, ou com sua mãe, a rainha Oriana.

Para o escritor, tanto faz conversar com o rei Poseidon ou estar no famoso navio, de mesmo nome, de cabeça para baixo. O escritor não tem limites, pode escalar o iceberg que afundou o Titanic, se divertir nas festas de sua viagem inaugural ou conhece-lo lá no fundo do oceano. Pode surfar nas ondas da praia de Nazaré, ou velejar no Mar de Iroise. Ah, esse doido, o escritor, pode criar o tubarão assassino e se tornar, ele mesmo, o próprio assassino ao matar a orca, a baleia assassina. Pode conversar com golfinhos e pescar a Barracuda e o Marlim-azul.

Ao escritor é permitido criar um Dragão Vermelho e derrota-lo. Pode trazer de volta os pterodáctilos ou, em um redemoinho insano, fazer uma viagem no tempo. O Escritor cria seus personagens à sua vontade…loucos, bruxos, piratas, turistas, aventureiros ou pescadores, pode se tornar um naufrago ou conhecer a lagoa azul. Pode submergir em um submarino atômico e sair em uma caçada ao Outubro Vermelho. Pode mergulhar à profundidades insanas para encontrar baús de tesouros, olha para a linha do horizonte para encontrar respostas, mas cria as suas próprias e cria, fantasias e histórias, leva alegrias, tristezas, medos e risadas. Ao olhar para o mar, deixa a imaginação voar e brinca com as letras, interage com os personagens e se entrega ao que escreve em um êxtase que não se explica. Ah, o escritor e o mar, dúvidas, certezas, muitos talvez, mas sempre provocando a imaginação de seus leitores. Sol, mar, vento salgado, céu azul ou tempos cinzentos, chuvas, raios e trovões, luas e estrelas, ondas baixas ou assustadoras, tudo é inspiração na mente insana do escritor e as letras surgem como pinceladas mágicas de um grande pintor e é mais um sonho que se torna realidade, ou uma realidade que se torna um sonho? O escritor pode fazer nascer o herói e matar o vilão. Cria piratas e grandes comandantes. Ele viaja no terreno da sua imaginação. E o mar, ah, o mar, esse conhecido mais que desconhecido, cheio de segredos e mistérios. Pode estar calmo e sem ondas ou se tornar bravo de um momento para outro, exige respeito e cuidado, mas, sem dúvida, uma eterna fonte de inspiração para o Escritor. Ah, o mar, com seus conhecidos e desconhecidos habitantes, fonte de alimentos e casa do Deus Poseidon e lá está o Escritor, no embalo das marés, desfrutando momentos de paz e comunhão com o infinito, buscando reconhecimento, espaços e mais e mais histórias.

E ele segue, em sua busca desenfreada pelo tudo e pelo nada, pelo real ou pelo fantasioso, pela verdade ou pela mentira, não importa, ele é um Escritor e, o melhor, você pode, toda quinta-feira, encontra-lo nas páginas virtuais do Diário de Taubaté.