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quinta-feira 28 novembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Novamente as fortes chuvas

No dia 14/03/19, escrevi uma coluna sobre os efeitos das fortes chuvas em cidades absolutamente despreparadas para tal. Falava do descaso dos governantes, falava da mania de parte da população em jogar lixo nas ruas, que, por sua vez, entram nos bueiros e quando não entopem os mesmos, acabam despejados nos rios aumentando o problema lá na frente.

E falava sobre as tragédias recorrentes que ano a ano aconteciam pelo Brasil afora e que não se tomava providencias. Tragédias anunciadas, previsíveis.

No dia 06/01/22, voltei a publicar uma coluna sobre o mesmo tema. Nada havia mudado:
— Continuávamos com governantes incompetentes sem qualquer interesse em resolver os problemas, interessados em seus bolsos e em suas “brilhantes” carreiras políticas.
— Uma parcela cretina da população que continuava com o mesmo absurdo e inacreditável hábito de jogar lixo na rua. Oh, meu Deus! Como é difícil colocar o lixo no… lixo. Como é difícil manter um saquinho de lixo no carro para não descartar nas ruas. Ou, então, guardar para descartar em casa ou em uma lixeira qualquer.
— E, é claro, continuávamos com as mesmas fortes chuvas que acontecem todo ano e que sabemos disso. Ah, São Pedro, dá um tempo para nós, né? Coopera, vai.
Aliás, as três coisas citadas são conhecidas de todos. E, mesmo assim, recebemos os efeitos todos os anos ininterruptamente.

E agora, fevereiro de 2023, temos tudo de volta. Presenciamos as mesmas fortes chuvas (de todos os anos), os mesmos inacreditáveis hábitos de jogar lixo na rua e os governantes continuam incompetentes e desinteressados em resolver o problema de enchentes.

Isso dá votos meu filho? Não! Então…, para aí. Não vou gastar dinheiro e esforços com o que não me traz rendimentos políticos, certo?

Ah, tem uma grande e recorrente desculpa. “Mas não temos dinheiro!”
Sim, claro. Mas dinheiro para aumentos de vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, juízes e etc.., tem? Sei, sei. Dinheiro para viagens, dinheiro para ser desperdiçado com o que não precisa, tem? Festança, almoços e jantares com dinheiro público, tudo bem?
Tem grana, né?
E olha outra grande desculpa: “Pô! Mas aqui nunca choveu assim!”

Claro, vamos esperar chover, alagar, encher, provocar inundações que invadem casas, matam gente, trazem desespero, perdas materiais…, aí sim vamos fazer alguma coisa.
Alguém aí já ouviu falar em prevenção? Mas, é óbvio, vamos partir para o corretivo, né? Situação de emergência, libera verbas sem a devida fiscalização e temos então, caixas dois, subornos, corrupção e gente ganhando muito dinheiro com a tragédia dos outros. Fácil, né?

Até quando aceitaremos alagamentos em ruas e avenidas paralisando trânsito, parando cidades, atrapalhando o ir e vir da população, a ida para o trabalho, a volta do trabalho, a ida e volta da escola, as consultas médicas, as compras na farmácia, no açougue, no supermercado e tantos outros afazeres do dia a dia? E, muitas vezes, alagamentos que arrastam pessoas e carros, trazendo perdas de vidas e prejuízos materiais? Enchentes que invadem casas e comércios…

Até quando aceitaremos enchentes que trazem sofrimentos, tiram vidas, trazem prejuízos enormes com perdas de tudo que foi conquistado com muito sacrifício?
Até quando aceitaremos desmoronamentos que poderiam ser evitados? Tragédias que trazem angústias, sofrimentos. Tiram vidas, trazendo traumas que serão sentidos para o resto da vida?

Até quando teremos que aceitar bueiros entupidos? Encanamentos deteriorados e ultrapassados? Vazão inadequada do escoamento das águas? Até quando aceitaremos essa absurda falta de obras e até quando teremos que conviver com governos incompetentes? Até quando aceitaremos essa absoluta falta de interesse em resolver os problemas?
E, até quando teremos que conviver com animais (de 2 pernas) que jogam lixo nas ruas?
Peço desculpas aos animais verdadeiros por equipará-los com gente sem classificação.

Com as chuvas fortes não tem jeito, teremos que conviver. Podemos até tentar uma conversa ao pé do ouvido com São Pedro, mas realmente acho difícil.