Ah, santo momento, como é bom estar acompanhado de você mesmo, de Deus e do silêncio abençoado ou, então, de um suave ruído como, por exemplo, à beira de um rio ouvindo o murmúrio das águas, ou o vento passeando por entre as folhagens de um bambuzal ou, ainda, quem sabe, a doce explosão das ondas que estouram na areia.
Aquele momento em que você fecha os olhos, olha pra dentro de si, se concentra, ouve o nada, abre o coração, liberta a alma e viaja feliz.
É claro que é gostoso estar na agitação da festa familiar, barulho das crianças, sorrisos, gargalhadas, gritos de alegria, tudo de bom.
É gostoso estar na muvuca do encontro com os amigos para um merecido e relaxante happy hour, é gostoso o agito da torcida no campo de futebol (estou com saudades de ver a torcida na arquibancada), o burburinho da praia cheia ou, ainda, o som de qualidade no show de rock.
É gostoso assistir um bom filme na telona, ouvir boa música em um bar noturno com a pessoa amada, almoçar em um restaurante, ver gente, movimento.
É bom conversar sobre literatura, cultura, artes, música, teatro e etc…, nas reuniões da Academia de Letras (AVLA) e do grupo de “Escritores de Taubaté”.
Sim, precisamos nos divertir, confraternizar, comemorar, um pouquinho de agitação e bagunça de vez em quando é bom, ou melhor, é muito bom, certo?
Vivemos em sociedade, pessoas para todo lado e, a todo momento, estamos interagindo com alguém mas, fala sério, aquele momento de reflexão, momento de olhar para dentro, de respirar fundo e conversar com Deus, enfim, momento sagrado é bom demais.
Esse momento é mais que necessário para fugirmos um pouco da pressão do nosso dia a dia, pressão nas escolas, no trabalho, doenças, preocupações, problemas financeiros e etc…
É bom para fugir da confusão no trânsito onde sempre tem gente que buzina à toa, grita à toa, briga à toa.
Tem motos ultrapassando pela direita, carros que não param nos cruzamentos, que não respeitam as regras do trânsito, enfim, pedestres que pulam na frente dos carros, que não atravessam na faixa, ciclistas que andam na contramão, insistindo em seguir fora das ciclovias, motoristas mal-educados, barulhos de moto com escapamento aberto, de carro, de ônibus, caminhão, ou seja, haja paciência, é muita loucura, muito stress.
E no meio de tudo isso, ainda tem o pior, aqueles que ouvem música (normalmente, de péssima qualidade) em volume absurdamente alto (isso é sempre terrível, detesto).
Som alto que perturba, incomoda.
Mas, quando você está sozinho, no silêncio, fecha os olhos, se desliga, sente o coração se acalmar, os músculos relaxarem, o sangue fluir livremente irrigando todo o seu sistema e até a respiração vai ficando lenta, pausada, tranquila. Dá pra sentir o cérebro sendo devidamente oxigenado trazendo serenidade mental e até sua expressão facial se modifica se tornando leve e sorridente.
Temos a sensação de que as impurezas do corpo vão saindo e nos deixando leves, sem contar que as tão indesejadas energias negativas se afastam com o silêncio abençoado e a comunhão com Deus.
A espiritualidade superior se aproxima trazendo paz, bem estar e sensação de amor.
A gente se sente feliz, leve e parece, até, capaz de voar.
Santo silêncio, paz e tranquilidade.
Nem sempre estar sozinho é ruim, é bom para a reflexão, e também para ler um bom livro, ouvir uma boa música, assistir um bom filme ou, ainda, ver a chuva cair, é legal.
Ninguém para tirar a sua paz. Eita coisa boa.
“Crônicas e Contos do Escritor” – Momento de ficar sozinho
set 17, 2020RedaçãoCrônicas e Contos do EscritorComentários desativados em “Crônicas e Contos do Escritor” – Momento de ficar sozinhoLike
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