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segunda-feira 30 dezembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Estrada Taubaté-Ubatuba

As margens de estradas são sempre bonitas, adoro observar o mato, plantas, árvores, pássaros e etc…todas as estradas apresentam belas paisagens, mas a Oswaldo Cruz é bonita demais. Talvez, o fato de ser o caminho para Ubatuba, seja o que a torna tão especial, tão linda. Lembranças da infância me trazem memórias escondidas lá no fundo do baú.

Lembro que, agitado com a ansiedade natural das crianças para chegar a praia, eu olhava fascinado pela janela do velho fusquinha. Ah, meu Deus, como era bom.

Com a curiosidade e inocência infantil, olhava aquela bela natureza que, para mim, parecia ser uma imensidão de mato e imaginava uma imensa, misteriosa e perigosa floresta. Pensava em quantos monstros não existiriam ali e imaginava que até dragões deveriam viver nas matas infindáveis da Osvaldo Cruz.

A viagem era gigante, enorme e em minha infantilidade, tinha a impressão que durava horas e horas. Bom, talvez fosse o fusquinha que era lento demais.
Mas, é uma estrada que me traz grandes e boas lembranças de tempos muito diferentes e bons que, é óbvio, não voltam mais.

A magia daqueles tempos de criança não existem mais, mas a Osvaldo Cruz continua linda e até hoje fico fascinado por aquelas paisagens, por aquelas curvas e, sinceramente, quando viajo por essa estrada, não sei dizer se gosto mais de estar dirigindo ou na carona.

Se, por um lado dirigir por aquelas curvas é sempre uma delícia para quem gosta de dirigir, principalmente quando começa a descida da serra, por outro lado, é bom estar na carona para poder admirar a beleza de suas paisagens. Adoro ficar admirando aquelas matas e até já tive a oportunidade de ver um grande lagarto atravessando a pista, cobras e até macaquinhos. Sonho em ver uma onça por ali, mas ainda não fui abençoado com uma visão dessa.

É claro que, como toda estrada, tem seu lado triste, os acidentes. Na maioria das vezes gravíssimos e com perda de vidas, com dor e sofrimentos. Boa parte deles (não todos, claro) provocados por imprudências como excesso de velocidade, ultrapassagens perigosas, desnecessárias e irresponsáveis, por cansaço, motoristas bêbados, enfim…

Sem dúvida, o lado triste dessa estrada tão linda.
Muitas pessoas ficam apavoradas com a descida da serra, com os famosos cotovelos, mas para quem sempre dirige pela estrada e pela serra sabe que é muito tranquilo, basta ter cuidado e andar abaixo dos limites de velocidade. Tem que respeitar a estrada e, por exemplo, sei que muitos motoristas ficam sem freio no final da serra, mas é pura inexperiência ou imprudência.

Quando se está descendo a serra é fácil perceber os motoristas que correm sérios riscos de chegar no final sem freios. São aqueles que descem rápido demais abusando das freadas para conseguir fazer curvas e cotovelos ou, ainda, aqueles que grudam o pé no pedal da esquerda para carros automáticos ou do meio para carros manuais, e não tiram de jeito nenhum.

Os mecânicos existentes no pé da serra agradecem a inexperiência e a imprudência.
Ah, e chega até ser interessante ver a quantidade de calotas perdidas na extensão da serra. Freios esquentam, as calotas dilatam e se soltam dos parafusos.

Fico imaginando se ninguém recolhesse, de tempos em tempos, aquelas calotas.

A Osvaldo Cruz tem um significado tão bom e importante para mim que até foi inspiração para o meu e-book “Estrada para Zybellium”. Viajando por ela, tive a inspiração e, praticamente toda a história surgiu, como que por encanto, na minha cabeça.

E além de toda a beleza dessa estrada, o melhor fica para o final, a linda, maravilhosa, deslumbrante cidade de Ubatuba, que amo tanto. Sem dúvida a segunda cidade que mais gosto, só perde para a minha Taubaté, é claro.
Adoro a Oswaldo Cruz ou Estrada Taubaté – Ubatuba, ou ainda, SP-125.