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terça-feira 3 dezembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Eclipse solar, que medo

Simplesmente aterrorizante a lenda da “mula sem cabeça” que, segundo se fala, um sacerdote foi flagrado tendo um romance com sua concubina e foi condenado à danação eterna, passaria o resto dos dias como um cavalo sem cabeça, lançando labaredas de fogo pelo pescoço aberto. Seus relinchos apavorantes (não consigo entender como, já que não tem cabeça) são ouvidos a grande distância, assim como o ensurdecedor galope cujo som aterrorizante é provocado por suas patas calçadas com puro ferro. Dizem ainda que em algumas noites ouve-se seus lamentos e choros do antigo sacerdote. Quando criança, ficava simplesmente apavorado com os “causos” da mula sem cabeça, contados pela minha avó e, talvez ainda pior, e mais assustadora, que essa lenda era a do “lobisomem”. Criatura assustadora, misteriosa e cuja lenda é muito bem conhecida de todos. Segundo a lenda, quando um casal tinha sete filhas consecutivas e o oitavo era um menino, esse bizarro ser se transformaria em uma fera a cada lua cheia. Já escrevi um livro, “O lobisomem de Taubaté”, ambientado nos dias de hoje e em plena Taubaté.
E para piorar tudo, segundo alguns contam, é que todos aqueles mordidos pela fera herdariam a maldição e também se transformariam na fera assustadora.

Outra nem tão assustadora, que na verdade nunca entendi muito bem, é a lenda do “Mão Negra”. Uma mão, apenas a mão, apareceria em estradas escuras e desertas para esbofetear desavisados viajantes. A dona da tal mão negra, seria uma jovem que vivia de cortar coco com um afiado facão e em uma determinada ocasião, acabou golpeando a própria mão, a decepando. Uma terrível infecção tomou conta do ferimento a levando para a morte.
Oh, minha vó…, cada história.

Ah, tinha outra muito doida que era a Banda do bode”, um ser com cabeça, chifres e cascos de bode, em um corpo de homem. O tal ser, coberto de pelos, corria, em altíssima velocidade, atrás de carros e caminhões com o intuito de tombar os veículos e assassinar seus ocupantes.

E as lendas seguem vivas e outras vão surgindo. Lembro quando estava no antigo ginásio, hoje Fundamental II, oitava série, à noite, e tinha pavor de ir ao banheiro por causa da tal loira do banheiro. Loira que teria sido atropelada e morta na via Dutra e sei lá porque cargas d`agua resolvera se instalar nos banheiros das escolas. E o mais incrível é que a criançada acreditava, eu, inclusive. Lenda antiga que assustou muitas crianças e que hoje, imagino, já não faz tanto sucesso e nem provoca tanto medo e arrepios.

Ah, no estilo da “Loira”, tinha o “Fantasma na estrada”. Ser sobrenatural que assombrava as estradas e que tinha o objetivo de provocar acidentes e captar almas para a sua legião.
Lembro também que muito se falava sobre um palhaço assassino e a lenda assustava, e muito, as pobres crianças que, inclusive, passaram a ter muito medo de palhaços.

Tinha uma outra em meu período de infância que era a “Brincadeira do copo”, que consistia em um jogo onde um suposto espírito dava respostas para perguntas diretas. O copo, em cima de uma mesa, se movimentava na direção de palavras Não, Sim, Pode e Não pode e outras. Hummm… aterrorizante. Eu, hein. Estou fora dessa.
Um pouco mais tarde, os filmes trataram de criar mais lendas, uma delas a dos “Bonecos Assassinos” e a lista é grande, Annabelle, Chuck, Billy, Dolly…

E quem na hora de dormir nunca olhou desconfiado para a porta do guarda-roupas ou armário aberta? Vai que o monstro do armário aparece. E como não se sentir desconfortável com a chamada “A hora do demônio”. Às três horas da madrugada, os demônios estariam livres. Desagradável acordar, olhar o relógio e verificar que faltam alguns minutos para a hora danada.

E voltando ao tema, tivemos o Eclipse solar, que ocorre quando a lua assanhada passa entre a Terra e o sol “tampando” por minutos o mesmo. Não é uma lenda, folclore ou lenda urbana, mas para muitos foi misterioso, assustador e preocupante. Em pleno mundo de internet, celulares e computadores, ainda encontramos aqueles que acreditam que o Eclipse solar é o prenúncio para coisas apavorantes, terríveis e, quem sabe, o fim do mundo. Olha o apocalipse aí.

E, se preparem, esse ano ainda nos reserva mais um eclipse, no dia 02 de outubro de 2024 e, para piorar, será visível na América do Sul. Brrrr… que medo!