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domingo 22 dezembro 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – E o pênalti nasceu em taubaté

Então…, sabe aquele momento complicado no futebol? Decisão do campeonato e o zero a zero não sai do placar, torcida angustiada, gente gritando, gente calada, gente roendo as unhas, técnico quase enfartando e o jogo termina e a decisão vai para a prorrogação, bom mais trinta minutos pra fazer o gol, mas a bola não quer entrar. Desespero total na arquibancada, na TV ou Rádio, aliás, decisão de futebol no rádio? Jesus Cristo, haja sofrimento.

Enfim, termina a prorrogação e a bola não entrou, no marcador…o insistente zero a zero.
Não tem jeito, o campeão vai ser decidido na disputa por pênaltis.
Ah, meu Deus! Prepara o coração e as unhas também.

Qual amante do futebol nunca sofreu em uma decisão por pênaltis? E quando o jogador do seu time erra logo na primeira batida? Ah, só por Deus. Mas aí é sacanagem, nem bem começou a disputa e o cara erra o pênalti? Tá de sacanagem, né?

É, a disputa por pênaltis não é fácil não. O goleiro, creio eu, está em uma posição mais tranquila, se a bola entrar, ele não tem culpa (afinal, é pênalti) e se ele defender vira herói.

Já o cobrador tem tudo para se ferrar. Se ele marca, não fez mais do que a obrigação, (afinal, é pênalti) certo? Agora, se o infeliz errar, vai virar vilão. O técnico não perdoa, a imprensa não perdoa e a torcida menos ainda.

E olha só, os pênaltis já decidiram e vão continuar decidindo muitos campeonatos.
Por exemplo, eu já vi meu Tricolor conquistar duas vezes o título Brasileiro com a disputa de pênaltis (1977 contra o Atlético Mineiro e 1986 contra o Bragantino) e o Tricolor também ganhou uma libertadores nos pênaltis, contra o Newell`s Old Boys em 1992, e perdeu outra, contra o Vélez Sarsfield em 1994.

E não para por aí, são muitos campeonatos decididos pelas aterrorizantes disputas de pênaltis.
Até copa do mundo já decidiu. Quem não se lembra do Brasil campeão em cima da Itália (em 1994 nos USA) graças a uma cobrança do Roberto Baggio (acho que é assim que se escreve). Ele chutou a bola tão alto que acho que até hoje, ela não conseguiu voltar para o chão.
Mas, e aí? Quem, afinal, inventou a decisão por pênaltis?

Então, nessa história toda, fui surpreendido, nessa segunda-feira, por um vídeo que o meu amigo Alessandro Bertholli me enviou onde a reportagem de algum programa de TV, informava que a primeira decisão por penalidades máximas, da história do futebol mundial, poderia ter acontecido justamente na minha querida Taubaté.
Olha isso, quem poderia imaginar?

A Taubaté, da grávida dos quadrigêmeos, do Batman, do lobisomem, da Velhinha de Taubaté (escritor Luis Fernando Veríssimo), pode ser, de acordo com a reportagem, a cidade onde ocorreu a primeira decisão por pênaltis. De acordo com os registros oficiais, a primeira decisão por pênaltis teria acontecido em um jogo na Inglaterra no ano de 1970, porém, os Taubateanos, afirmam que na verdade, essa primeira decisão teria acontecido em uma final do futebol amador da cidade (River x União), em 1969, é mole? O regulamento era um pouco diferente de hoje, cada time escolhia um jogador para fazer três cobranças e aquele que marcasse mais, o time seria o campeão.

Tem outra história que diz que em uma final, também do futebol amador, os times não conseguiram tirar o marcador do zero durante a partida e nem nas próximas prorrogações e jogaram por quase quatro horas até que saiu o gol do time campeão.

E, para que isso não mais acontecesse e as partidas tivessem um tempo pré-determinado, foi criado a decisão por pênaltis depois de empate na partida e na prorrogação.

Ou seja, Taubaté, como sempre surpreendendo. Exportou para o mundo a decisão por pênaltis.
Eita minha querida Taubaté!!!